Acusado de dez estupros

PM é denunciado por estuprar e matar jovem diante do namorado, em Maceió

Ação penal pede expulsão de soldado da corporação, e dez vítimas de estupro o denunciaram

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Soldado Josevildo Valentim foi denunciado por dez vítimas de estupro. Foto: Reprodução TV Gazeta

O promotor de Justiça Rodrigo Soares, da 9ª Promotoria da Capital, anunciou nesta segunda (04) que o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) ajuizou ação penal pedindo a condenação do policial militar Josevildo Valentim dos Santos Júnior, denunciado por homicídio quadruplamente qualificado cometido em 15 de outubro contra Aparecida Rodrigues Pereira, 18, diante de seu namorado, Agnísio dos Santos Souto, 24, que foi baleado após o estupro da vítima, na capital alagoana.

O soldado Valentim foi denunciado na última sexta (1º), pelo caso de Aparecida. Mas ao menos dez outras vítimas também o acusaram de uma série de estupros cometidos na Região Metropolitana de Maceió. Os demais estupros foram noticiados à Polícia Civil por mulheres, nas delegacias dos municípios de Rio Largo e Marechal Deodoro, após a prisão do policial militar.

As penas somadas dos crimes pelo qual o policial militar foi denunciado podem chegar a 60 anos. Além disso, o MPAL pediu, administrativamente, que o soldado seja expulso da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL). “Ficamos muito surpresos da conduta desse militar, porque ele deveria proteger a sociedade e não praticar essa barbárie”, disse o promotor, durante entrevista coletiva à imprensa, na manhã de hoje.

A ação penal conta com a confissão de Valentim sobre o crime contra o casal, cometido no bairro do Pontal da Barra. O policial alega que agiu sob efeito de drogas.

O promotor Rodrigo Soares pede a condenação do policial militar por homicídio qualificado, por se valer de motivo torpe, usar recurso que dificultou a defesa da vítima, cometer feminicídio e assegurar a impunidade de outro crime, tentando matar a testemunha do estupro.

A ação também visa condenar o soldado Valentim por tentativa de homicídio triplamente qualificada, praticada contra o namorado da Aparecida, por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e assegurar a impunidade de outro crime.

O promotor revelou o policial militar confessou para a sua esposa que cometeu um estupro há sete anos. E disse ter recebido o inquérito policial em tempo recorde e reagido com perplexidade.

“Em depoimento, ela [esposa do soldado] disse que ele confessou um crime e disse que ele usava drogas há cerca de três anos. Ou seja, ele [Valentim] alegou que estava sob efeito de drogas, mas ele já confessou um estupro há sete anos, então essa conduta dele é antiga”, concluiu o promotor.

O MPAL espera a conclusão de laudos da perícia técnica sobre o estupro e assassinato de Aparecida Rodrigues Pereira, para avaliar a necessidade de alterar o pedido de condenação feito à Justiça.

E os outros casos de estupro devem ser apurados conjuntamente por promotores de Justiça das comarcas onde os crimes foram relatados. A meta é obter celeridade no esclarecimento dos estupros noticiados à Polícia Civil.

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