Operação Dark Side

PF vasculha endereços de Paulinho da Força, que tem contas e bens bloqueados

O inquérito foi aberto a parir de delação premiada de executivos da J&F/JBS

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Parlamentar é acusado de falsidade ideológica para fins eleitorais (Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (14) sete mandados de busca e apreensão em endereços do deputado Paulo Pereira da Silvam o “Paulinho da Força”, presidente nacional do Solidariedade, no âmbito da operação Dark Side, a primeira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo. Os mandados são cumpridos em Brasília e São Paulo. O deputado teve contas bancárias e bens bloqueados.

O inquérito policial foi remetido à Justiça Eleitoral de São Paulo em meados de 2019, com a colaboração premiada de acionista e executivos do Grupo J&F, controlado da JBS e da marca Friboi.

Por meio da quebra dos sigilos bancários, intercâmbio de informações com o COAF, testemunhos de pessoas relacionadas aos fatos, dentre outras medidas investigativas, foi

A investigação encontrou indícios do recebimento pelo deputado de doações eleitorais não contabilizadas, de maneira dissimulada, durante as campanhas de 2010 e 2012, no valor total de R$1,7 milhões. Isso foi possível descobrir por meio de quebra dos sigilos bancários, intercâmbio de informações com o COAF, testemunhos de pessoas relacionadas aos fatos.

Os pagamentos da propina teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e também mediante o pagamento de valores em espécie, por meio de doleiros.

Um escritório de advocacia, envolvido na simulação da prestação de serviços, tinha como um dos seus sócios o genro do deputado Paulinho da Força. Com a quebra do sigilo bancário do escritório, foi identificada também a transferência de valores próximos à eleição de 2012, oriundos de entidade sindical relacionada ao parlamentar investigado e não declarada em sua campanha.

Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos.

Por se tratar de parlamentar no exercício do mandato de deputado federal, as investigações em primeira instância, em relação a ele, se restringem aos fatos apurados nos anos de 2010 e 2012. Em relação ao escritório de advocacia, a ação policial também busca provas da atualidade da prática de crimes conexos.

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