Associação criminosa

PF indicia Luciano Bivar e três acusadas de serem candidatas laranjas pelo PSL

Presidente nacional do PSL foi indiciado com Lourdes Paixão, Érika Siqueira Santos e Mariana Nunes

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A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (29) o presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar, e três candidatas a deputada suspeitas de atuarem em um esquema criminoso de candidaturas laranjas, nas eleições de 2018, em Pernambuco.

Além de Bivar, as candidatas indiciadas foram Lourdes Paixão, que tentou se eleger deputada federal; Érika Siqueira Santos e Mariana Nunes, candidatas a deputada estadual. As três são suspeitas de participar do desvio de verbas do Fundo Partidário do PSL, do qual o presidente da República Jair Bolsonaro desfiliou-se recentemente.

Alvos da Operação Guinhol, deflagrada em outubro, todos os indiciados foram convocados para interrogatório na sede da PF, nesta sexta, no Centro do Recife. Dois deles não compareceram, apesar de terem sido intimados. Mas os nomes não foram divulgados para identificar quem descumpriu a convocação.

Os indiciamentos apontam para associação criminosa e têm como base o artigo 350 do Código Eleitoral, que proíbe omitir declaração ou inserir declaração falsa para fins eleitorais, que prevê penas de até 5 anos de prisão e multa.

E a PF também concluiu haver indícios de afronta ao artigo 354 do mesmo Código Eleitoral, que veda a apropriação de valores destinados ao financiamento eleitoral para benefício próprio ou para outra pessoa, e prevê penas de 2 a 6 anos de prisão e multa.

Para os investigadores, o “representante do Partido Social Liberal em Pernambuco teria ocultado, disfarçado ou omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, através de três candidatas fictícias”.

O inquérito concluído pela PF foi enviado ao Ministério Público Eleitoral da 6° Zona Eleitoral do Recife (PE).

Lourdes Paixão ao deixar a PF após prestar depoimento no Recife (PE). Foto: Reprodução TV Globo

Devolução de recursos

Na quarta-feira (27), o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) mandou a candidata Lourdes Paixão devolver R$ 380 mil em recursos públicos do Fundo Partidário, cuja utilização não foi devidamente comprovada. Ela foi a candidata do PSL que mais recebeu recursos do Fundo Partidário em Pernambuco, R$ 400 mil, obtendo apenas 274 votos, o que representou um gasto estimado de mais de R$ 1,4 mil para obter cada voto.

Paixão só não recebeu mais verbas do Fundão do que Luciano Bivar, presidente da legenda e único candidato eleito para a Câmara dos Deputados, que recebeu R$ 1,8 milhão. (Com informações do G1)

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