INTERFERÊNCIA DO HABITAT

Pesquisa estuda influência da paisagem nas colônias e nas abelhas sem ferrão

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Com a colaboração dos pesquisadores parceiros, os testes estão sendo realizados de forma a cobrir uma grande área brasileira em ambientes de Caatinga, Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e transição Cerrado - Mata Atlântica. Foto: Pixabay

A esta altura, não é fato novo que alterações no meio ambiente interferem direta ou indiretamente na biodiversidade. Especificamente, áreas mais preservadas e áreas mais urbanizadas apresentam condições diferentes para espécies de plantas e animais que nelas vivem. Mas o que a ciência pode nos dizer sobre como as estruturas de paisagem em diversas regiões do Brasil afetam indivíduos e colônias de abelhas sem ferrão nativas do País?

As respostas nesse sentido, embora ainda não sejam muitas, podem se tornar mais claras e precisas com a contribuição de uma rede de pesquisadores de instituições nacionais. Coordenado pelo pesquisador Felipe Andrés León Contrera, da Universidade Federal do Pará, o grupo integra um dos projetos selecionados por meio da Chamada Pública nº32/2017 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e financiados em parceria entre CNPq, Ibama, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.).

A pesquisa busca avaliar como o habitat interfere em diversos aspectos da biologia das abelhas sem ferrão. “Temos diversas informações sobre as abelhas nativas, mas não temos dados sobre como esses insetos reagem em diferentes graus de urbanização e em áreas agrícolas”, enfatiza Felipe Contrera, brasileiro naturalizado, nascido no Chile.

Desenvolvimento, sobrevivência e longevidade

Com a colaboração dos pesquisadores parceiros, os testes estão sendo realizados de forma a cobrir uma grande área brasileira em ambientes de Caatinga, Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e transição Cerrado – Mata Atlântica. “Os experimentos estão sendo realizados com colônias colocadas em caixas de criação padronizadas e em condições padrão e em diferentes ambientes onde operárias possam forragear livremente para avaliarmos como o entorno afeta o desenvolvimento da colônias e de seus indivíduos”. Com isso, destaca Felipe, será possível avaliar, entre outros aspectos, o padrão de sobrevivência, a longevidade e o desenvolvimento de indivíduos das espécies nas diferentes paisagens selecionadas.

Para tanto, foram estabelecidos como parâmetros a cobertura vegetal do ambiente, seu grau de urbanização e a fragmentação do habitat, ou seja, habitat reduzidos ou divididos em áreas que acabam por se tornar isoladas.

As abelhas sem ferrão são polinizadoras de plantas comercialmente importantes e também de plantas de florestas. Deste modo, entender como a coleta de pólen e néctar nessas áreas altera o desenvolvimento das abelhas sem ferrão é essencial para a produção de alimentos, para a conservação de áreas nativas e a criação e manutenção de novas áreas verdes. (CNPq)

 

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