Tendência de queda

Pesquisa em esgotos indica que BH superou pior fase da contaminação por covid-19

Monitoramento estima que infecção atinge cerca de 110 mil pessoas na capital mineira

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O Boletim de Acompanhamento nº 13/2020 do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos segue apresentando redução na estimativa de infectados pelo novo coronavírus em Belo Horizonte (MG). Este boletim, divulgado na sexta-feira (28) estima que são cerca de 110 mil pessoas infectadas na capital mineira, número ligeiramente inferior à semana anterior de pesquisa, feita por meio de amostras de esgoto da cidade. No boletim anterior, a estimativa era de 170 mil pessoas.

Nas últimas semanas, o projeto vem identificando redução na estimativa de infectados, que já chegou a cerca de 850 mil infectados na semana epidemiológica 30, entre 20 e 24 de julho.

“Os resultados obtidos nas últimas 4 semanas continuam sugerindo que o pior momento da curva epidêmica de Belo Horizonte ocorreu entre as semanas epidemiológicas 27 e 31”, afirmam os pesquisadores no boletim.
Segundo a publicação, 100% das amostras de esgoto testaram positivo ao longo das últimas 11 semanas consecutivas de monitoramento na bacia do Arrudas, e nas últimas 13 semanas na bacia do Onça.

Os pesquisadores destacam que isoladamente ainda há regiões onde é observado aumento no percentual de infectados. No boletim, é indicado que cabe o estudo pelas autoridades competentes de reforço ou implementação de medidas de prevenção e controle para redução da disseminação do vírus.

Veja aqui o Boletim de Acompanhamento nº 13/2020.

E acesse aqui os boletins do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos.

A pesquisa

O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.

O trabalho, que terá duração inicial de dez meses, é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG. Com a continuidade dos estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.

Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.

Com os dados obtidos, será possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do isolamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência do COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

Futuramente os resultados preliminares da pesquisa serão divulgados na forma de mapas dinâmicos, que possibilitarão acompanhamento da evolução espacial e temporal da ocorrência do vírus.

Outras ações de comunicação do andamento dos trabalhos também estão em curso. No dia 22 de maio foi realizado o webinar COVID-19: Monitoramento do Esgoto como Ferramenta de Vigilância Epidemiológica. Já em 24 de julho ocorreu o webinar com o tema Compartilhando Experiências de Monitoramento no Brasil. Os vídeos com as apresentações estão disponíveis no canal da ANA no YouTube. (Com informações da Ascom da ANA)

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