Eleições 2018

PDT, PSDB e DEM estão entre os que menos investiram proporcionalmente em candidaturas femininas

Apenas 17 partidos investiram pelo menos 30% dos recursos de fundos para financiar mulheres

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O PSTU, partido da candidata a presidente Vera Lúcia, foi a legenda que mais aplicou recursos em candidaturas femininas, em 2022.

Apenas 17 partidos investiram o percentual mínimo de 30% dos recursos dos fundos eleitoral e partidário para candidaturas femininas nas eleições deste ano, segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S.Paulo com dados de financiamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Dessas legendas, PDT, PSDB e DEM estão entre os que menos investiram proporcionalmente em candidaturas de mulheres.

O PDT aplicou 13,11% dos recursos em candidaturas femininas. O PSDB investiu até o momento 20,39% para financiar candidatas mulheres. Como os dois partidos, o DEM também informou que chegará aos 30% e que as candidatas a vice devem ser contempladas. Na Bahia, a sigla destinou R$ 1 milhão para a campanha de Mônica Bahia (PSDB), candidata a vice-governadora na chapa de José Ronaldo (DEM).

No outro extremo, o PSTU, partido da candidata a presidente Vera Lúcia, foi a legenda que mais aplicou recursos em candidaturas femininas. Foram cerca de R$ 800 mil —74,2% do total.

Em segundo lugar aparece o PMB (Partido da Mulher Brasileira). Criticado nos últimos anos por manter uma bancada majoritariamente masculina no Congresso Nacional, o partido aplicou 64,3% dos recursos em candidaturas de mulheres. Mesmo com o avanço, a candidatura do partido que mais recebeu recursos foi a de um homem: Alisson Wandscheer, candidato a deputado estadual pelo Paraná.

A Rede Sustentabilidade foi o terceiro partido que mais aplicou em candidatura femininas –foram cerca de R$ 7 milhões (58,8% do total). Contudo, do total destinado às mulheres, cerca de 80% foram para a candidatura presidencial de Marina Silva.

Em maio deste ano, o TSE decidiu que 30% do R$ 1,7 bilhão do fundo público de financiamento campanhas devem ir para candidatas a presidente, governadora, senadora, deputada federal e estadual, valor que equivale a R$ 510 milhões. O fundo partidário deve ser usado na mesma proporção.

A resolução, contudo, não deixa claro se os recursos também podem ser aplicados em candidatura majoritárias que tenham mulheres como vices ou como suplentes.

Os critérios de distribuição dos recursos foram definidos pelos próprios partidos. Mas questionamentos já foram feitos ao TSE por procuradorias eleitorais, que entendem que os recursos devem ser contabilizados apenas se a mulher liderar a chapa.

Isso quer dizer que a maioria dos partidos precisará recorrer a candidaturas majoritárias cujas vices ou suplentes sejam mulheres para atingir a cota.

Nesta eleição, 67 mulheres são candidatas a vice-governadora, cinco a vice-presidente, 83 disputam a primeira suplência e 108 a segunda suplência ao Senado. Em todos os casos, houve crescimento em relação a eleições anteriores.

Os dados do TSE apontam que os partidos já aplicaram cerca de R$ 1,6 bilhão nas campanhas entre recursos do fundo eleitoral e partidário.

Deste total, R$ 461 milhões foram para mulheres – valor que não inclui repasses feitos diretamente para o CNPJ de vice e suplentes. Segundo o TSE, a prestação de contas dos candidatos a titular e vice são apresentadas conjuntamente.

Folha apurou, contudo, que há pelo menos R$ 38,2 milhões repassados pelos diretórios nacionais e estaduais para candidatas de vices. Outros R$ 350 mil foram repassados para suplentes. (Com informação da FolhaPress)

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