Pacientes correm risco no Hospital de Base por falta de marcapasso

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) vai entregar ao Ministério Público nova denúncia que aponta o risco a que pacientes estão submetidos na emergência do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) por falta de marcapassos definitivos e provisórios e exames.

A falta de reagentes para exame de enzimas cardíacas dificulta e atrasa o diagnóstico de infarto no miocárdio e a falta de marcapassos definitivos e provisórios também aumenta a possibilidade de óbito por falta de condições de assistência.

O HBDF é referência ao atendimento de casos de bloqueio átrio-ventricular total na rede pública de saúde. O número de aparelhos de marcapasso provisório neste serviço é limitado e muitos pacientes permanecem internados por tempo prolongado à espera do implante definitivo.

A equipe da cardiologia foi informada de que o hospital não dispõe de equipamentos para implante. O quadro ainda piora com o fato de o Instituto de Cardiologia não ser capaz de absorver o contingente de pacientes. Como resultado 20 pacientes aguardam internados, alguns com risco de morte e, em sua maioria, idosos. Ainda existem os pacientes que chegam à emergência diariamente.

O aumento do número de casos de pacientes com infecção hospitalar, complicações neurológicas e internação prolongada está deixando a equipe da cardiologia em uma situação complicada diante das famílias.

Os exames de enzimas cardíacas para diagnóstico de infarto do miocárdio estão sendo feitos no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), que funciona no Hospital das Forças Armadas (HFA). Um mensageiro busca, de motocicleta em todo o Distrito Federal, o material para exame. Os resultados demoram, no mínimo, quatro horas para chegar à equipe que socorre os pacientes. Exames físicos e eletrocardiogramas não são suficientes para determinar ou não a ocorrência do infarto. Sem um diagnóstico preciso, os pacientes podem morrer.