Paciente espera por 15 horas e sai sem atendimento no Hospital do Paranoá
Com pressão alta, paciente ficou sem atendimento no HRPA
Uma empregada doméstica, cujo nome omitimos para sua proteção, apresentando sintomas de pressão também portadora esperou atendimento, no Hospital Regional do Paranoá (HRPA), das 10h30 de sexta-feira (2) à 1h30 da madrugada de sábado e, ainda assim, não foi atendida. Foi embora após um vigilante informar que não haveria mais atendimento.
A senhora começou a passar mal apos chegar ao trabalho, apresentando quadro de tontura. Sua empregadora, que é hipertensa, percebeu os sintomas, mediu a pressão e verificou que estava “elevadíssima”, e administrou-lhe o remédio que toma regularmente. Passadas duas horas, a pressão arterial não baixava, por isso a senhora foi levada ao HRPA.
Em razão dos seus afazeres, a empregadora a deixou aguardando atendimento e foi embora. Onze horas depois, pelas 22h, recebeu telefonema de vizinhos da empregada indagando sobre o seu paradeiro. A empregadora e o marido, advogado, foram ao HRPA e encontraram a empregada na recepção, ainda aguardando atendimento.
Apenas o vigilante prestava algum tipo de informação, e ele informou ao casal que, durante todo o dia, apenas um médico esteve de serviço na "emergência". Ao final de 15 horas de espera, a mulher foi embora sem atendimento.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do DF, que pede o nome e dados pessoais da paciente. Os dados não são divulgados para preservar a mulher, que teme retaliação.
Descaso
A SES-DF tenta mostrar que se trata de um caso isolado, mas a realidade é outra. O desrespeito é recorrente no Hospital do Paranoá. Em outubro do ano passado, três médicos plantonistas foram acusados por pacientes de mandar apagar as luzes da emergência. A atitude seria uma forma de punir os pacientes que reclamavam na demora do atendimento, que acabou nem acontecendo.
A Polícia Militar foi chamada por conta da omissão de socorro e um grupo de pacientes registrou ocorrência na 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá. Eles contaram que os três médicos presentes ao pantão – João, Caio e Paulo Emiliano – atenderam apenas a três crianças, no plantão iniciado às 19h, e depois não atenderam a mais ninguém. Funcionários do hospital, que informaram apenas os prenomes dos médicos, afirmaram que eles permaneciam no hospital. Houve a suspeita de que eles assistiam ao futebol, na televisão.