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Omisso, Iphan resolveu criticar o PPCUB

Tardiamente, o órgão resolveu opinar sobre as aberrações do plano

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A presidente da Comissão de Cultura da Câmara Legislativa, Liliane Roriz (PRTB), cobrou do diretor-superintendente regional do Iphan, José Leme Galvão Junior, um posicionamento mais claro do órgão sobre o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). O projeto que prevê alterações na área tombada da capital é de autoria do Executivo e deve ser votado até o fim do ano na Câmara Distrital.

?Detectamos inúmeros pontos polêmicos no projeto, como o que prevê o loteamento do Eixo Monumental e da área que beira o lago, no entanto não houve ainda uma postura enfática justamente do órgão que protege a história de nossa cidade?, frisou a distrital no encontro na terça-feira (12). Segundo Liliane, a população confia muito na atuação do Iphan, mas começa a se preocupar com a omissão do instituto. “Todos queremos respostas”, disse.

José Leme Galvão reconheceu a morosidade do órgão, mas discordou sobre a omissão do Iphan. ?Todos já sabem que do jeito que está o projeto não deve ser aprovado e isso foi amplamente divulgado. Há questões como as relatadas que precisam ser modificadas urgentemente?, afirmou o superintendente local do órgão, referindo-se aos complexos hoteleiros previstos para o Setor de Clubes e a criação de lotes no Eixo Monumental Oeste. “Não podemos esquecer da 901 Norte”, reforçou.

Galvão comunicou também que a superintendência local não pode posicionar-se de forma isolada sobre o assunto, sem a participação da presidência do Iphan. ?Trabalhamos em conjunto, ainda mais em decisões que possam impactar tanto em Brasília?, explicou. Ele tranquilizou a parlamentar ao mencionar que o órgão pode impedir que a lei, se sancionada, entre em vigor. ?As normas que temos hoje no Iphan se chocam drasticamente com a proposta do PPCUB. Não há como aprovar o texto do jeito que está?, garantiu.

Ao deixar o órgão, a deputada já solicitou audiência com a presidente nacional do Iphan, Jurema Machado. Ela pediu um reforço à superintendência regional do Iphan para que faça um apelo à direção nacional do órgão. “Seria inadmissível que um instituto do porte do Iphan ficasse em cima do muro, mas já fico tranquila ao saber que não estamos sozinhos na luta contra as anomalias do PPCUB. Pelo menos, assim espero?, afirmou a distrital.

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