Conduzido sob vara

Oficiais da PM têm "forte ligação" com Máfia das Próteses, diz MP

Um coronel e um major da PM foram conduzidos para depor

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Alvo de condução coercitiva na quarta fase da Operação Mr. Hyde, que investiga um esquema de corrupção na área da saúde e cirurgias no DF, o coronel e médico da Polícia Militar Marcelo Gonzaga Peres, titular da Diretoria de Assistência Médica do Departamento de Saúde e Assistencial ao Pessoal do Subcomando Geral da PMDF, foi liberado após prestar depoimento na Delegacia de Comnbate ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil.

Outro conduzido pela polícia nesta quarta-feira (23) é o fiscal de Auditoria de Perícia Médica, Marco Antônio Alencar de Almeida.

De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, os envolvidos tinham participação direta na concessão de autorizações para cirurgias pelo plano de saúde. Os dois são integrantes do plano de saúde da Polícia Militar do Distrito Federal.

As ações de hoje foram autorizadas pela 2ª Vara Criminal de Brasília.

A Máfia das Próteses

As Promotorias de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida) e de Defesa da Saúde (Prosus) denunciaram em 20 de setembro 19 envolvidos na “máfia das próteses” pelo crime de organização criminosa. Segundo o Ministério Público, os denunciados constituíram grupo voltado para obtenção de ganhos e vantagens ilícitas em prejuízo de planos de saúde e de pacientes. As investigações continuam e novas denúncias serão ajuizadas com a individualização de cada conduta praticada pelos denunciados.

Do núcleo da empresa TM Medical, foram denunciados o médico Johnny Wesley Gonçalves; Mariza Aparecida Rezende Martins, esposa de Johnny Wesley; Micael Bezerra Alves, sócio da TM Medical; Sammer Oliveira Santos; Danielle Beserra de Oliveira; Rosangela Silva de Sousa; e Edson Luiz Mendonça Cabral. Do núcleo do hospital Home, foram denunciados Nabil Nazir El Haje, sócio-administrador do hospital; Cícero Henrique Dantas Neto; e Antonio Márcio Catingueiro Cruz.

Outros oito médicos foram denunciados, além da secretária de um deles: Marco de Agassiz Almeida Vasques, Eliana de Barros Marques Fonseca, Rogerio Gomes Damasceno, Juliano Almeida e Silva, Wenner Costa Cantanhêde, Leandro Pretto Flores, Rondinely Rosa Ribeiro, Henri Greidinger Campos e sua secretária Naura Rejane Pinheiro da Silva. De acordo com as investigações, esses médicos recebiam indevidamente 30% do total de cada cirurgia.

Modus operandi

As investigações comprovaram que a organização utilizou recursos como declarações fraudulentas e documentos falsificados para impor às vítimas cirurgias e procedimentos desnecessários. Eram utilizadas órteses e próteses diferentes das previamente ajustadas no contrato de prestação de serviços. Também foi utilizado material cirúrgico fora do prazo de validade.

De acordo com o Ministério Público, os acusados montaram uma sofisticada rede criminosa para obter ganhos indevidos junto a diversos planos de saúde, gerenciando de forma maliciosa agendamentos cirúrgicos, manipulando preços e materiais utilizados. Pelo menos sete planos de saúde (Cassi, Bradesco, Geap, Unimed, Assefaz, Gama e Caps-Saúde) foram vítimas da conduta dos acusados.

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