74ª fase

Nova fase da Lava Jato cumpre mandados no Banco Paulista e no Rio

Os alvos são executivos do Banco Paulista e outras cinco pessoas ligadas às empresas utilizadas no esquema no RJ

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A Polícia Federal deflagra operação contra corrupção e fraude em licitações em prefeitura do Rio Grande do Norte. Foto: Agência Brasil

Uma ação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) deu início a 74ª fase da Lava Jato. Estão sendo cumpridos, na manhã de hoje (10), 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o bloqueio de contas de 22 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção, com limite de R$ 97.965.000,00.

Os principais alvos da operação são três executivos do Banco Paulista, três funcionários que trabalhavam na gerência de câmbio da Petrobras e quatro de seus familiares que podem ter ocultado evidências. Também são investigados cinco pessoas ligadas às empresas utilizadas no esquema criminoso no estado do Rio de Janeiro.

Investigações

A nova fase destina-se a apurar o envolvimento de funcionários da Diretoria Financeira da Petrobras em ações criminosas lideradas pelo alto escalão do Banco Paulista. Os crimes investigados são: lavagem de dinheiro com utilização em larga escala de mecanismos de ocultação e dissimulação da origem ilícita; crime contra a Administração pública e contra o Sistema Financeiro Nacional.

Segundo os órgãos, entre agosto de 2008 e março de 2011, cerca de R$ 7,7 bilhões foram utilizados em operações de compra e venda de dólar pela Petrobras com o intermédio do Banco Paulista. Para o desvio, três funcionários da gerência de câmbio aprovaram contratos supervalorizados que geraram um rombo de US$ 18 milhões aos cofres da petroleira.

Um dos executivos envolvidos delatou o esquema que, segundo ele, atuava em sobrepreço nas taxas de câmbio das operações celebradas com a Petrobras. Os funcionários comunicavam-se de forma codificada, utilizando o termo ‘latas de cerveja’, para se referir a milésimos de real. Sendo assim, na compra ou venda de dólares, os executivos decidiam por acrescentar ou reduzir ‘x’ latas de cervejas (‘x’ milésimos de real) do valor real do câmbio.

Os pequeno valores alterados de forma ilícita, milésimos de real, foram imperceptíveis no fechamento de cada contrato, conforme afirma Antonio Diniz, procurador da República.  “O prejuízo à Petrobras, no entanto, em razão do volume bilionário negociado, alcançou quase R$ 100 milhões. A própria variação cambial intrajornada tratava de esconder as evidências de irregularidades, em sofisticado “modus operandi” que torna o crime quase perfeito”.  (Com informações do MPF do estado do Paraná)

 

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