Operação contra desastre

Navios da Marinha chegam a Suape para reforçar combate ao óleo no Nordeste

Operação Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida não tem data para acabar e conta com 700 fuzileiros

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Mais de dois meses após o surgimento das primeiras manchas de óleo do desastre que atinge o litoral brasileiro, os dois maiores navios da Marinha do Brasil chegaram, neste domingo (10), ao Porto de Suape, no Grande Recife (PE), para reforçar o combate ao vazamento de petróleo no Nordeste.

A operação sem data prevista para ser encerrada conta com 700 fuzileiros navais terá uma de suas bases da operação “Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida”, no Porto de Suape, de onde serão distribuídas pela costa nordestina as tropas, veículos e helicópteros transportados pelos navios.

“Uma das bases vai ficar aqui [em Suape], mas vamos levar não só os navios, como tropas e veículos, para outros locais como Fortaleza, Salvador, Ilhéus, que fica perto do Parque de Abrolhos, ou seja, vamos espalhar ao longo da costa do Norte e Nordeste”, afirmou o almirante José Cunha, em entrevista à TV Globo.

Outra base será montada em Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, de onde devem sair equipes para atuar em Alagoas.

Os militares receberam treinamento para fazer a limpeza dos locais atingidos. E têm como missão é monitorar principalmente manguezais, estuários e o lado externo dos arrecifes, com as equipes que já atuam no combate ao desastre ambiental.

O navio-doca multipropósito (NDM) Bahia e o porta-helicópteros multipropósito (PHM) Atlântico deixaram o Rio de Janeiro em direção ao Nordeste no dia 4 de novembro. Navios e helicópteros seguem sendo utilizados ao longo da costa em busca de manchas de óleo em alto-mar.

Iniciado no final de agosto, o desastre com óleo já atingiu 427 localidades, de acordo com os números mais recentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), divulgado na sexta-feira (8).

“Ontem [sábado, 9], nós recebemos um engenheiro da Petrobras que nos deu palestras sobre como despoluir mangues, arrecifes e praias, e também como são as precauções de segurança para essa despoluição”, detalhou o almirante Cunha. “Não só quando eles [equipes da Marinha] detectarem, mas quando também formos acionados, nós vamos ao local e retiramos a mancha e os pontos de poluição”, completou.

Suporte à saúde

Os dois navios também contam com equipes médicas para atuar nas consequências do desastre para a saúde das populações atingidas. Um desses efeitos já foram evidenciados por meio de 66 notificações de casos suspeitos de intoxicação de pernambucanos que tiveram contato com o óleo nas praias.

“Um dos nossos trabalhos aqui é fazer uma investigação a respeito das pessoas que tiveram contato com o óleo e apresentaram algum sintoma. Nós colocaremos em solo diversas equipes móveis de saúde que passarão nas principais localidades afetadas”, detalhou o vice-almirante Paulo Martino Zuccaro, comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra.

Um questionário deve ser aplicado pelas equipes médicas às pessoas que tiveram contato com o óleo. E equipes entrarão em contato com nativos das localidades atingidas pelo desastre.

“Nós construiremos um um banco de dados, que será passado para as agências, órgãos de saúde tanto no nível federal, quanto no nível estadual e municipal, para que eles possam dar acompanhar a evolução do quadro de saúde dessas pessoas que apresentaram algum tipo de anormalidade”, apontou o vice-almirante.

Além dos recursos humanos, a Marinha levou cerca de 30 caminhões, 25 viaturas leves, um trator, seis equipamentos de engenharia e 18 embarcações menores. (Com informações do G1)

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