Sem Coaf nem Queiroz

MPRJ abre novo inquérito para apurar ‘fantasmas’ em gabinete de Flávio Bolsonaro

Nova investigação não tem relação com relatório do Coaf que expôs R$ 1 mi do assessor Queiroz

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um novo inquérito para investigar denúncias da existência de “funcionários fantasmas” em suposto esquema de “rachadinha” no antigo gabinete do agora senador Flávio Bolsonaro (Sem partido), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O MPRJ esclarece que a nova investigação aberta em 23 de setembro não tem relação com a outra investigação que apura a suposta prática da “rachadinha” – um esquema ilegal de devolução de parte dos salários dos assessores. Nem tem como base o relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF), que identificou movimentação financeira atípica de mais R$ 1 milhão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.

A investigação visa apurar eventual improbidade administrativa envolvendo a contratação de “assessores fantasmas”, que seriam, segundo o MP, pessoas com cargos comissionados no gabinete do então deputado estadual, sem exercer as funções inerentes ao assessoramento da atividade parlamentar.

Segundo o MPRJ, ofícios com pedidos de informações no novo inquérito para apurar supostos “funcionários fantasmas” já foram enviados à Alerj. Mas não foram divulgados mais detalhes da apuração, já que tramitam em sigilo as duas investigações, sobre a possível “rachadinha” envolvendo Fabricio Queiroz e os “fantasmas” no antigo gabinete de Flavio Bolsonaro.

Em julho deste ano, após o antigo Coaf identificar, em 2018, uma movimentação suspeita nas contas de Queiroz no valor de R$ 1,2 milhão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu todas as investigações que usaram relatórios financeiros do órgão de inteligência financeira, sem ordem judicial. A decisão atendeu a um pedido pedido do senador Flávio Bolsonaro.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro informou que todas as pessoas que foram nomeadas eram qualificadas para as funções que exerciam àquela época. E apontou o desempenho do parlamentar nas urnas como justificativa de que seus assessores trabalharam em diferentes áreas, mas sempre a favor de seu mandato.

A nota da defesa do senador ainda relata que as nomeações e a execução do trabalho dos assessores ocorreram de forma transparente e de acordo com as regras da Alerj. E também afirma que, ao final do processo, ficará comprovado que não houve qualquer ilegalidade. (Com informações do G1)

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