MPAL apura repasse ‘fantasma’ de R$85 mil a assessor de Renan Filho
Ademir Cabral atua oficialmente como articulador político do governador de Alagoas
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) abriu investigação sobre a denúncia do repasse suspeito de um montante de R$ 85 mil para Ademir Pereira Cabral, assessor direto com função de articulação política do governador Renan Filho (MDB). A medida foi publicada na edição desta sexta-feira (12) do Diário Oficial do Estado de Alagoas.
Segundo denúncia levada ao MPAL pelo deputado estadual Davi Maia, (DEM-AL), o servidor lotado exclusivamente no gabinete do governador de Alagoas teria recebido os pagamentos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em uma ‘folha fantasma’, onde deveriam constar, apenas, os funcionários que atuam na linha de frente de combate à pandemia de covid-19.
A promotora Stela Valéria Cavalcanti, responsável pela 18ª Promotoria de Justiça da Capital, instaurou o procedimento preparatório de inquérito civil logo após receber a representação de Maia. O deputado aponta possíveis ilegalidades no pagamento do chamado Incentivo Referente à Função (IRF) ao referido assessor direto de Renan Filho.
Segundo a denúncia já exposta pelo parlamentar na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Ademir Cabral exerce cargo em comissão de assessor técnico especial de integração. Mas foi inserido na “folha IRF”, destinada, conforme o parlamentar, ao funcionalismo diretamente ligado à pandemia, já que as remunerações são pagas pelo Fundo Estadual de Saúde.
Davi Maia acusa a Secretaria de Saúde de Alagoas de manter folhas paralelas e fantasmas, usadas para remunerar os apadrinhados políticos do titular da pasta, Alexandre Ayres. Ademir, neste caso, seria um dos beneficiados pela ‘bondade’ da gestão da Saúde.
Maia garante que Ademir Cabral jamais prestou serviço à pasta da Saúde de Alagoas. E lembrou que há uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que estes pagamentos em folhas paralelas sejam evitados pelo Governo de Alagoas.
Procurada pelo Diário do Poder para se posicionar sobre os repasses para Ademir Cabral investigados pelo MPAL, a Secretaria de Estado da Saúde informou que a denúncia está sendo apurada por meio de processo administrativo interno.
A reportagem também tentou, sem sucesso, obter um posicionamento do governador Renan Filho e de seu assessor, através da Secretaria de Comunicação de Alagoas. E ainda buscou contato com Ademir Cabral em suas rede sociais.
Excesso de cargos
Também foi publicado na edição desta sexta do Diário Oficial do Estado a portaria em que a mesma promotora abriu outro procedimento preparatório para apurar suposto excesso de cargos comissionados na estrutura de pessoal da Secretaria de Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag). (Com informações da Gazetaweb)