ABUSO EM BLITZ

MP vê lei acima de patente e contesta punição para PM que abordar coronel

Alfredo Gaspar e Conselho de Segurança vão apurar prisão de PMs

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Enquanto o coronel Adroaldo Goulart afirma ter sido vítima de um crime militar, ao ser abordado em uma blitz em que ele arrancou com o carro e teve armas apontadas para si, o chefe do Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL), Alfredo Gaspar de Menonça, disse que os policiais representavam o Estado e não deveriam distinguir se havia um coronel ou um general, no veículo abordado, na última quarta-feira (22), na Barra de São Miguel, Litoral Sul de Alagoas.

Alfredo Gaspar cobrou apuração célere, isenta e imparcial da ocorrência que parou um carro oficial e resultou na prisão disciplinar de três policiais e na transferência dos mesmos para batalhões do interior de Alagoas. E garantiu que o MP não permitirá que policiais sejam prejudicados, se agiram dentro da legalidade. O Conselho de Segurança do Estado também vai apurar o caso.

Chefe do MP diz que policiais representavam o Estado em blitz (Foto: MP)“O Ministério Público defende que, naquele momento da abordagem, os policiais representavam o Estado. Não existe patente no Estado, existe a lei. Nós queremos uma apuração isenta, célere, mas imparcial. Para nós, pouco importa se tinha um coronel ou um general. O que importa é que as regras sejam seguidas. O Ministério Público não deixará, de forma nenhuma, que policiais sejam prejudicados, se tiverem agido dentro da legalidade”, declarou Alfredo Gaspar.

Depois de lamentar que a prisão dos policiais já tenha ocorrido, o procurador-geral de Justiça afirmou que o MP intervirá na transferência, sem uma motivação efetiva e sem uma fundamentação, judicializando as medidas que forem necessárias.

“O MP ainda não conhece a fundo o mérito da matéria. Nós iremos acompanhar e aguardar com serenidade. Mas não iremos admitir desvio de finalidade, nem abuso de poder, muito menos corporativismo, na aplicação de sanções”, concluiu o chefe do MP de Alagoas.

'FOI ERRADA'

Coronel Goulart não queria parar na blitz (Imagens deWhatsApp)Em entrevista à TV Gazeta, o coronel Adroaldo Goulart negou ter pedido prisão ou transferência dos três policiais militares que o abordaram de armas em punho e exigiram que ele descesse do carro, do qual havia assumido o volante, após parar e trocar de lugar com a esposa que dirigia o carro oficial.

“Foi uma abordagem errada. A PM ensina que toda a abordagem deve ser humanizada. E o que aconteceu foi uma barbárie. Se naquele momento tivesse sido um civil ele seria arrastado e preso pois o militar que me apontou a arma tem histórico de violência”, sugeriu Goulart.

A PM informou que as transferências dos policiais presos para o Agreste e Sertão de Alagoas foram “revertidas”. Porém, eles não permanecerão atuando no Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv), mas em outros batalhões da capital alagoana. 

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