QUADRO CRÍTICO

MP pediu providências para o HU de Alagoas não fechar maternidade

Recomendação feita há dez dias pediu ampliação de quadro médico

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Dez dias antes de a superlotação impedir novos atendimentos na única maternidade pública federal do Estado de Alagoas, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MP/AL) já haviam expedido recomendação conjunta à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para que adotasse providências no sentido de assegurar o pronto e efetivo atendimento às gestantes e aos recém-nascidos de alto risco no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 

A recomendação assinada pela procuradora da República Roberta Bomfim e pela promotora de Justiça Micheline Tenório, visa que a empresa gestora do HU adote providências para suprir a carência de profissionais na UTI Neonatal, na UCI Neonatal, na UCI Canguru, no Alojamento Conjunto e na Enfermaria Pediátrica. Bem como, que realize estudo para a ampliação de leitos de UTI e UCI Neo, visando superar a recorrente superlotação.

Gestão do HU não respondeu à recomendação (Reprodução TV Globo)A recomendação, expedida em 16 de março de 2018, resultou do acompanhamento que os Ministérios Públicos vêm fazendo, desde 2016, inclusive com realização de diversas reuniões. No MPF tramita o inquérito civil n. 1.11.000.000300/2016-25 para apurar denúncia de possível falta de profissionais em número adequado e de equipamentos indispensáveis aos atendimentos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCINCo), Enfermaria, Alojamento Conjunto (ALCON) e nas Salas de Parto do HUPAA/UFAL. 

Na manhã de ontem (26), o MPF em Alagoas foi informado sobre o fechamento da UTI Neo do Hospital Universitário em face da superlotação. Acompanhando o caso, soube-se que das quatro gestantes que precisavam ser transferidas, duas já haviam sido até o fim da tarde do mesmo dia. A situação é crítica e continua sendo acompanhada, em busca de alternativas a fim de evitar danos às gestantes e seus bebês de alto risco.

SOBRECARGA DE TRABALHO

Entre as razões para a expedição de tal orientação, as representantes dos órgãos ministeriais citaram a denúncia recebida de carência de profissionais médicos e de enfermagem, o que leva o mesmo profissional plantonista a atuar em UTI, UCI e salas de parto num mesmo plantão, aumentando o risco de contaminação. Situação confirmada pela própria Ebserh no inquérito civil que tramita no MPF.

Em maio de 2016, o HU informou que para melhoria da qualidade da assistência prestada na Enfermaria Pediátrica e Unidade Neonatal (sala de parto, ALCON, UCINeo, UTINeo e UCICa) seriam necessários 13 médicos pediatras/neonatologistas, cinco enfermeiros, um psicólogo, um assistente social, dois fonoaudiólogos, um terapeuta ocupacional e 18 técnicos de enfermagem.

A recomendação expedida ressalta que nos anos de 2014 e 2015 foram realizados um concurso público regional e dois nacionais, que ainda estão vigentes, sendo que dois deles com data de expiração neste ano de 2018.

Ao presidente da Ebserh foi concedido o prazo de 15 dias para informar formalmente aos Ministérios Públicos Federal e Estadual sobre o acatamento ou não da recomendação e as medidas adotadas para seu cumprimento. A ausência de resposta no prazo será entendida como não acatamento. (Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MPF em Alagoas)

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