Análise de riscos

Moro manda PF analisar com urgência apelo por proteção do irmão de Eduardo Campos

Antônio Campos pediu proteção, após testemunhar em inquérito do MPF sobre o PSB

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Ministro da Justiça, Sérgio Moro, respondeu ao apelo de Antônio Campos por proteção. Fotos: Isaac Amorim/MJ e Divulgação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, respondeu nesta quinta-feira (13) ao apelo por proteção formalizado esta semana por Antônio Campos, irmão do ex-governador pernambucano Eduardo Campos. Após ser informado sobre ameaças relatadas pelo advogado e escritor, Moro determinou que a Polícia Federal (PF) analise com urgência os riscos à vida do advogado e escritor.

Presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos disse ter recebido “mensagens estranhas”, com tentativas de intimidação, após depor como testemunha em investigação sigilosa sobre supostos ilícitos cometidos pelo PSB. E trava embates com o sobrinho e deputado federal João Campos (PSB-PE), que é pré-candidato a prefeito do Recife (PE), pelo partido em que seu pai Eduardo Campos disputou a Presidência da República, quando morreu em acidente aéreo, em 2014.

No ofício de resposta a Antônio Campos (reproduzido abaixo), Sérgio Moro respondeu que, assim que houver desdobramentos, dará respostas ao também presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) sobre o pleito de proteção integral à sua vida e de seus familiares.

Tonca, como é conhecido o irmão de Eduardo Campos, relatou que recebeu as ameaças, após prestar depoimento por mais de duas horas ao Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco, na última sexta-feira (7), em inquérito sigiloso que investigaria o PSB.

O presidente nacional do PSB Carlos Siqueira disse ao Diário do Poder que desconhece que o PSB seja alvo do inquérito. E deixou no ar dúvidas se o MPF investiga o partido, algum de seus integrantes, ou a batalha familiar do clã Campos-Arraes.

Tonca declarou no início deste mês que “não virou a página” do conflito familiar, após ter sido xingado de “sujeito pior” pelo sobrinho deputado, em dezembro de 2019, durante reunião da Comissão de Educação da Câmara. O atrito fez o tio de João Campos prometer expor à Procuradoria Geral da República e à Força Tarefa da Operação Lava Jato “o lado obscuro” do clã Campos-Arraes.

A assessoria do deputado João Campos não respondeu ao pedido da reportagem por um posicionamento do parlamentar a respeito dos relatos de ameaças envolvendo seu tio e o PSB em Pernambuco.

Ao Diário do Poder, o advogado de Antônio Campos, Weryd Simões, confirmou o retorno do ministro e um primeiro contato já feito pela PF em Pernambuco. Nenhuma medida mais imediata foi tomada, até a tarde de hoje.

Leia a íntegra do ofício do ministro Sérgio Moro:

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