Angústia ampliada

Moradores de bairros de Maceió em risco de afundar esperam hoje por laudo da CPRM

Resultado parcial de estudos deveria ser revelado hoje, mas não se sabe onde nem como

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Representante de Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Thales Queiroz Sampaio. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

De nada adiantou o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF) cobrar um plano de divulgação do laudo parcial sobre os fenômenos geológicos que ameaçam cerca de 30 mil habitantes de três bairros de Maceió (AL). A comunicação está prevista para hoje (30), mas até esta manhã não se sabe onde, como, nem quando será feita a divulgação de responsabilidade do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia (MME).

O laudo parcial deveria revelar o que se sabe sobre causas e perspectivas de soluções para o tremor e as fissuras que vêm ocorrendo nos bairros Bebedouro, Mutange e Pinheiro, em situação de calamidade decretada há cerca de um mês pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB).

A previsão de entrega dos estudos foi feita em meio a muita pressão política e diante da comoção social com a tragédia anunciada como iminente pelo senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL). Mas o silêncio dos órgãos responsáveis pela sua divulgação sugere que pode ter havido uma promessa vazia. Uma evidência disso é o fato de até as 10h desta terça não haver uma resposta concreta dada pela CPRM ao MPF, que foi informado ontem (29) de que apresentaria o planejamento da divulgação após reunião com o Ministério de Minas e Energia. O que não resultou em nada conclusivo.

“Não temos informações sobre a reunião de ontem. Representante do Ministério de Minas e Energia apenas se comunicou conosco para informar que não daria tempo de divulgar o plano de comunicação ontem. O MPF em Alagoas irá avaliar, ainda hoje, quais providências irá tomar em relação a isso”, disse a assessoria do MPF.

Procurada hoje pelo Diário do Poder, a assessoria de imprensa da CPRM pediu para que o questionamento sobre a previsão de divulgação do laudo fosse enviado por e-mail, o que a reportagem já havia feito. E disse, em seguida, que informaria ao coordenador da Comunicação da CPRM sobre o e-mail da reportagem.

A falta de planejamento na comunicação, aliada à complexidade do tema e a ausência de dados concretos sobre o que acontece no solo dos bairros, explorado pela mineradora Braskem há mais de 40 anos com 35 poços de extração de sal-gema, abre espaço para ampliar a angústia das vítimas e a divulgação de falsas notícias sobre o tema.

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