Oração da propina

MP do DF quer aumentar na pena de ex-deputado enrolado na Caixa de Pandora

Brunelli ficou conhecido após protagonizar o vídeo conhecido como "Oração da propina"

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O ex-deputado distrital Rubens Brunelli participou da famosa "oração da propina", em que corruptor e corrompidos "agradecem a Deus"-

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) interpôs recurso contra a decisão que condenou o ex-deputado distrital Rubens Brunelli a quatro anos e seis meses de reclusão e multa. Brunelli ficou conhecido por ter comandado a “Oração da Propina” durante o esquema de corrupção Operação Caixa de Pandora.

No documento, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pedem a aplicação da pena em 21 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão e o aumento da pena de multa, além de um valor mínimo para a reparação dos danos.

No dia 7 de julho, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou o ex-distrital a pena de quatro anos e seis meses de prisão, inicialmente em regime fechado, pelo crime de corrupção passiva.

O Gaeco ressalta que o juiz de primeira instância deixou de reconhecer 40 crimes de corrupção passiva, praticados de forma continuada entre 2006 e 2009. A apelação cita provas como vídeos, quebra de sigilo bancário de empresas e planilhas apreendidas com outros integrantes do esquema.

Os promotores ainda consideram imprescindível fixar como valor mínimo o dano de R$ 1.230.000,  a título de reparação mínima dos danos causados ao erário pela infração cometida pelo réu. O valor atualizado resulta em mais de 2 milhões de reais. Além disso, o recurso pede o aumento da pena de 100 dias-multa para 262 dias-multa.

O processo contra Brunelli originou-se da colaboração premiada de Durval Barbosa com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal, que culminou com a deflagração da Operação Caixa de Pandora.

O ex-deputado distrital foi delatado como um dos favorecidos do esquema criminoso, “Mensalão do DEM”, agraciado com a quantia mensal de R$ 30 mil reais.

Ele é protagonista de vídeo em que divide a cena com o ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Leonardo Prudente, e com o delator Durval Barbosa, no que ficou conhecida como “Oração da propina”.

No vídeo ele realiza uma oração em agradecimento ao dinheiro de propina recebido. Depois de receber a quantia das mãos de Durval Barbosa, Brunelli, acompanhado do ex-presidente da CLDF Leonardo Prudente.

Caixa de Pandora

O processo é referente à Operação Caixa de Pandora, que apura crimes de corrupção envolvendo o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

Deflagrada pela Polícia Federal em 2009, a Operação Caixa de Pandora investigou a distribuição de recursos ilegais à base aliada do Governo do Distrito Federal. Segundo as investigações, Arruda, na época governador do DF, chefiava um esquema de cobrança de propina de empresas de informática que tinham contrato com o Executivo. O dinheiro era usado para comprar apoio de deputados distritais.

Durval Barbosa foi o delator do escândalo que ficou conhecido como “Mensalão do DEM”, as imagens feitas por Durval foram o estopim para a deflagração da Operação Caixa de Pandora, que culminou na prisão de José Roberto Arruda.

Nas imagens Arruda aparece recebendo maços de dinheiro, montante de R$ 50 mil, o episódio ficou conhecido como a “Farra dos Panetones”. Na época o ex-governador tentou emplacar a desculpa de que o dinheiro que apareceu nas imagens era para comprar panetones para as famílias carentes do DF.

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