Dia da doação de órgãos

Militares mantêm disponibilidade permanente para transportar órgãos

Trabalho permite que brasileiros na fila de transplantes desfrutem de vida confortável

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Um ato digno de ser classificado como heroico. Doar órgãos significa dar a vida em prol do próximo. A Lei nº 11.584 de 2007 institui a data de hoje como o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Por meio do Decreto nº 9.175 de 2017, a Força Aérea Brasileira (FAB) mantém disponível, no mínimo e permanentemente, uma aeronave para o transporte de órgãos.

Esse trabalho permite que, cada vez mais, pessoas que estão na fila dos transplantes possam voltar a desfrutar de uma vida confortável. Um único doador é capaz de salvar mais de vinte pessoas.

O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, destaca a importância dessa disponibilidade integral, principalmente durante o período da pandemia do novo coronavírus. “Com a restrição de voos comerciais, essa ajuda da Força Aérea à população tornou-se ainda mais imprescindível. De janeiro a agosto, a FAB transportou mais órgãos do que em todo o ano passado”, ressalta.

Ao todo, a Aeronáutica fez 166 “voos da vida” (como são chamados os voos para transporte de órgãos), em 2019. Este ano, até este mês, esse número já soma 170. Essas missões são chamadas de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ). Toda a sua estrutura de acionamento e controle é gerenciada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), da FAB, e fica disponível 24 horas por dia, sete dias por semana.

Para que uma missão como essa aconteça, a Aeronáutica possui elo sistêmico com a Central Nacional de Transplantes (CNT), do Ministério da Saúde (MS). Ela recebe as informações iniciais para a captação de determinado órgão, em qualquer local do território nacional, e aciona a FAB. Todos os esquadrões de transporte da Força Aérea estão em condições de realizar o transporte emergencial.

O Tenente-Coronel Aviador Christiano Pereira Haag, comandante do 6⁰ Esquadrão de Transporte Aéreo (ETA), atua diretamente com o transporte de órgãos e fala da satisfação no desempenho dessa atividade. “É muito gratificante saber que, com o nosso trabalho, conseguimos ajudar o próximo. Nossos tripulantes estão sempre prontos para atender essa nobre missão: o transporte de órgãos. As asas da Força Aérea levam esperança aos brasileiros nos momentos mais delicados, como no caso das pessoas que se encontram na fila de espera de um órgão”, observa.

Há 24 anos na FAB, ele comenta a emoção da missão. “Seria injusto dizer que uma missão me emocionou mais. Cada voo tem um significado especial para nós, pois sabemos que a cada decolagem levamos “vida” às pessoas”, declara.

Transporte de órgãos para transplante é rotina na Força Aérea Brasileira. Foto: SO Manfrim/Ministério da Defesa

Maior do mundo

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. De janeiro a julho deste ano, 173 corações foram transplantados.

A biomédica perfusionista, Letycia Chagas Fortaleza, foi uma das responsáveis pelo transporte de coração realizado no dia 15 de setembro, de Goiânia (GO) para Brasília (DF), em aeronave da FAB. Ela fala da satisfação e explica os cuidados necessários para esse tipo de condução.

“Ao participar dessa missão, me sinto grata e honrada. É uma verdadeira benção poder ajudar quem tanto esperou por esse momento. Os cuidados principais que devemos ter são o adequado armazenamento do órgão e uma logística rápida e precisa. Corremos contra o tempo. Após sua retirada, o coração possui tempo limite de isquemia, que não deve ultrapassar quatro horas”, esclarece.

FAB transportou um coração para Ana Júlia Aleixo, de 13 anos. Foto: Divulgação

Gratidão

Um dos primeiros transportes de órgãos que a FAB realizou foi o de um coração para Ana Júlia Aleixo, uma menina de oito anos, à época, que estava internada no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. Com uma virose gripal que acabou comprometendo seu coração, a garotinha precisava de um transplante de coração. Foi a aeronave Learjet, da Força Aérea, que buscou em Uberlândia, Minas Gerais, o órgão que lhe garantiu a vida.

Hoje, com 13 anos e uma vida nova, Ana Júlia está saudável e segue feliz. Sua mãe, Maria Aparecida Aleixo, conta que sua gratidão é eterna. “Com a ajuda da Aeronáutica, na captação dos órgãos, muitos não se perdem mais. Naquela época, presenciei um rapaz perder um órgão, pois não tinham como transportá-lo para sua cirurgia”, lembra.

Maria Aparecida ressalta a importância da doação de órgãos e parabeniza o trabalho dos profissionais que atuam em todas as áreas envolvidas nos transplantes.

“Quem está no hospital aguardando o transplante de um órgão vive uma agonia constante, porque você nunca sabe quando vai ser a hora da chegada do órgão. Então, o trabalho de todos os envolvidos é um exemplo. Doar órgãos é um ato extremamente importante”, destaca. (Com informações da Comunicação do Ministério da Defesa)

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