Definitivamente

Militares do Exército e Marinha deixam Complexo da Maré

Secretário de Segurança admite que trabalho da PM será difícil

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Ao meio-dia desta terça-feira, 30, militares do Exército e da Marinha que integravam a Força de Pacificação deixaram definitivamente o Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, dando fim a uma ocupação de 15 meses. Uma formatura no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) marcou a saída das nove comunidades, sob o domínio da facção Terceiro Comando Puro, onde os militares ainda atuavam. 

"Não vamos ser ingênuos de achar que uma área como a Maré, com três facções criminosas juntas, vivendo há 40 anos em total abandono dentro de uma ilha de violência. São pessoas que não estão dispostas a entregar os seus locais, mas o Estado tem que mostrar que ele é mais forte", disse o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que participou da solenidade.

Beltrame admitiu que o trabalho da Polícia Militar, que ocupa a partir desta terça-feira 15 comunidades com 400 homens da Companhia Maré, será "difícil". "Dizer que você vai acabar com o Comando Vermelho, com outras facções, isso é muito difícil. Mas temos informações de que essas facções estão muito combalidas com essas ações", declarou.

Desde a madrugada desta terça-feira, a PM já ocupava pontos das comunidades, em conjunto com o Exército. A PM informou ainda que vai atuar com um cinturão de segurança de 21 pontos. As ações de revista também foram reforçadas. As vias expressas próximas ao complexo (Avenida Brasil, Linha Amarela e Linha Vermelha) tiveram policiamento intensificado.

Na Maré, estão previstas instalações de quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs): UPP Praia de Ramos/Roquete Pinto; UPP Nova Holanda/ Parque União; UPP Baixa do Sapateiro/Timbau e UPP Vila do João/Vila dos Pinheiros. Ao todo, 1620 policiais atuarão nas comunidades. 

A instalação de todas as unidades só vai ser concluída em 2016. A previsão de Beltrame é para o fim do primeiro trimestre. Todas as UPPs vão começar a funcionar já com bases fixas, e não em contêineres, como foi feito nas 38 unidades já implantadas. (AE)

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