60 dias sem queimadas

Marx Beltrão alerta que decreto contra queimadas prejudica setor sucroalcooleiro

Líder da bancada alagoana quer convencer governo Jair Bolsonaro sobre excessos da medida

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Amplificando a reclamação de entidades do setor do açúcar e do álcool no Brasil sobre o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que suspendeu queimadas em todo território nacional por 60 dias, o líder da bancada federal de Alagoas, Marx Beltrão (PSD) defendeu a revisão da medida, por enxergar excessos que não ajudam a mitigar a crise ambiental na Amazônia e causarão danos à produção sucroalcooleira nacional, cujas usinas estão iniciando a moagem agora em setembro.

“O decreto que prejudica o setor da cana e do álcool precisa ser revisto pelo governo federal. Defender o meio ambiente é meta de todos, mas as queimadas na Amazônia não têm relação com a queima da palha da cana em Alagoas e no Nordeste. Por isso, o setor sucroalcooleiro, que gera empregos e respeita a legislação ambiental, não pode ser prejudicado”, disse Beltrão, ex-ministro do Turismo do governo de Michel Temer (MDB).

O parlamentar disse que já apelou ao deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, à ministra da Agricultura Tereza Cristina e a organismos voltados à causa ambiental, com o argumento de que o Decreto 9.992/2019, em vigor desde ontem (29), é amplo demais e causou apreensão no setor. Isso porque o uso controlado do fogo para a queima da palha da cana-de-açúcar objetivando o corte manual ainda prevalece na região, sendo fiscalizada por órgãos de proteção ambiental.

“O deputado Major Vitor Hugo foi muito solícito e se prontificou a levar a questão ao presidente Bolsonaro. Entendo as motivações do Decreto e, de fato, coibir as queimadas da Amazônia é tarefa nacional. Mas o setor da cana, que pratica a queima dentro da lei e de modo controlado gerando empregos e renda, não pode ser afetado por esta medida”, defendeu Marx Beltrão.

‘Absurdo completo’

Entidades nacionais do setor da cana e do etanol foram mais duras ao tratar do tema, a exemplo da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), que enviou ofício ofício à ministra Tereza Cristina.

“[O decreto] paralisou a colheita da cana iniciada neste mês, absurdo completo, pois equipes e um contingente considerável de alocação de recursos e mão de obra para o processo de colheita. A Região é responsável por cerca de 10% da produção. No entanto tem grande representatividade, pois emprega 300 mil pessoas e tem mais de 22 mil fornecedores. Sem conta a sua importância econômica para os municípios e para os estados nordestinos produtores”, diz a Feplana. (Com informações da assessoria do deputado Marx Beltrão)

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