De 51 para 74

Mais mulheres foram eleitas para a Câmara, mas número ainda é muito baixo

Foram 74 deputadas federais eleitas este ano, contra 51 em 2014, o que representa 14% dos deputados federais

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Foto: Valter Campanato/ ABr

A bancada feminina no Congresso Nacional cresceu nestas eleições. Na Câmara dos Deputados, foram eleitas 74 parlamentares do total de 513, o que representa 13,8% do total de deputados federais. O número ainda é muito baixo, mas é maior em comparação às eleições de 2014, quando 51 mulheres chegaram ao Legislativo federal.

O maior número de mulheres eleitas é de São Paulo. Entre as 11 candidatas eleitas, a mais bem votada foi Tábata Amaral (PDT), integrante do movimento político suprapartidário Acredito, eleita com 264.450 votos. Com 24 anos, a paulistana de Vila Missionária, periferia da Zona Sul de São Paulo, estudou em escola pública até o 8º ano. Aos 12 anos, começou uma carreira como “atleta” do conhecimento. Ao todo, colecionou mais de 30 medalhas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística. No segundo ano do Ensino Médio, ela ganhou uma bolsa para estudar inglês e contou com a ajuda de instituições para cobrir os gastos do processo de candidatura às vagas das universidades norte-americanas. Filha de um cobrador de ônibus e uma ex-vendedora de flores, Tábata é formada em Ciências Políticas e Astrofísica.

O Distrito Federal, proporcionalmente, elegeu mais. Das oito vagas na Câmara, cinco serão ocupadas por deputadas: Flavia Arruda (PR), Erika Kokay (PT) Bia Kicis (PRP), Paula Belmonte (PPS) e Celina Leão (PP). A única reeleita foi a petista.

Na lista dos mais jovens eleitos para a Câmara há uma mulher, a estudante de Direito Luiza Canziani (PTB-PR), 22 anos, filha do também deputado federal Alex Canziani (PTB-PR). Reeleita deputada federal, Luiza Erundina (PSol-SP), 84 anos, no sexto mandato, é a parlamentar mais idosa do novo Parlamento.

Amazonas, Goiás, Maranhão e Sergipe não elegeram deputadas.

Entre os partidos, o PT foi o que mais elegeu deputadas federal. Foram dez no total. PSDB e o PSL, de Jair Bolsonaro, elegeram oito e nove mulheres para a Câmara dos Deputados, respectivamente.

O percentual de mulheres concorrendo a deputada federal quase não se alterou em relação às últimas eleições. O total ficou um pouco acima do mínimo de 30% de candidatos de cada gênero para cargos proporcionais exigido por lei. Foram pouco mais de 2,6 mil candidatas, segundo a Justiça Eleitoral. Em 2014, eram 2,3 mil.

Senado

Das 54 cadeiras do Senado em disputa nestas eleições, sete serão ocupadas por mulheres – 12,9% do total. O número se manteve nas eleições deste ano sem alteração. Foram eleitas para o Senado: Leila do Vôlei (PSB-DF), Eliziane Gama (PPS-MA), Juíza Selma Arruda (PSL-MT), Soraya Thronicke (PSL-MS), Dra. Zenaide Maia (PHS-RN), Mara Gabrili (PSDB-SP) e Daniella Ribeiro (PP-PB).

Foram 62 candidaturas femininas para o Senado, um aumento expressivo em relação aos anos anteriores. Em 2014, quando a renovação foi de um terço das 81 vagas, 35 concorreram.

Assembleias

Considerando os deputados estaduais, as mulheres são 15% dos eleitos. Foram 161 deputadas, um aumento de 35% em relação a 2014.

Alguns casos chamam atenção, como o do Mato Grosso do Sul. Dos 24 deputados estaduais eleitos, nenhum é mulher.

Já São Paulo aparece como o Estado que mais elegeu mulheres como representantes nas Assembleias. Das 94 vagas, 18 serão preenchidas por mulheres, o que equivale a 19%. O número, no entanto, continua baixo.

Proporcionalmente, o Amapá elegeu mais. Das 24 vagas, 8 serão de mulheres (33%).

Desproporção

Desde 1997, a lei eleitoral brasileira exige que os partidos e as coligações respeitem a cota mínima de 30% de mulheres na lista de candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras municipais. Mesmo assim, diversos partidos e coligações precisaram ser notificados para cumprir a cota. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu também que 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), formado por dinheiro público, deveria ir para a propaganda das candidatas, bem como 30% do tempo no horário eleitoral gratuito.

No Brasil, a cada 10 pessoas, 5 são mulheres. O País fica atrás de dezenas de países quanto à presença de mulheres na política. Está na 115ª posição no ranking mundial de representatividade feminina no Parlamento dentre os 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), com base no banco de dados do Banco Mundial (Bird) e do TSE. Estamos atrás do Afeganistão, Cuba, África do Sul, Senegal e muitos outros países.

Confira lista das deputadas federais eleitas:

Acre: 4

Mara Rocha (PSDB)

Jéssica Sales (MDB)

Dra. Vanda Milani (SD)

Perpetua Almeida (PCdoB)

Alagoas: 1

Tereza Nelma (PSDB)

Amapá: 4

Aline Gurgel (PRB)

Professora Marcivânia (PCdoB) – reeleição

Patricia Ferraz (PR)

Leda Sadala (Avante)

Bahia: 2

Alice Portugal (PCdoB) – reeleição

Lídce da Mata (PSB)

Ceará: 1

Luiziane (PT) – reeleição

Distrito Federal: 5

Flavia Arruda (PR)

Erika Kokay (PT) – reeleição

Bia Kicis (PRP)

Paula Belmonte (PPS)

Celina Leão (PP)

Espírito Santo: 3

Dra. Soraya Manato (PSL)

Norma Ayub (DEM)

Lauriete (PR)

Mato Grosso: 1

Professora Rosa Neide (PT)

Mato Grosso do Sul: 2

Rose Modesto (PSDB)

Tereza Cristina (DEM) – reeleição

Minas Gerais: 4

Aurea Carolina (PSOL)

Margarida Salomão (PT) – reeleição

Alê Silva (PSL)

Greyce Elias (Avante)

Pará: 2

Elcione (MDB)

Julia Marinho (PSC) – reeleição

Paraíba: 1

Edna Henrique (PSDB)

Paraná: 5

Gleisi Lula (PT)

Leandre (PV) – reeleição

Christiane Yared (PR) – reeleição

Luisa Canziani (PTB)

Aline Sleutjes (PSL)

Pernambuco: 1

Marília Arraes (PT)

Piauí: 4

Rejane Dias (PT)

Iracema Portella (PP) – reeleição

Margarete Coelho (PP)

Dra. Maria (PTC)

Rio de Janeiro: 9

Flordelis (PSD)

Daniela do Waguinho (MDB)

Talíria Petrone (PSol)

Jandira Feghali (PCdoB) – reeleição

Rosangela Gomes (PRB) – reeleição

Soraya Santos (PR) – reeleição

Benedita da Silva (PT) – reeleição

Chris Tonietto (PSL)

Clarissa Garotinho (PROS) – reeleição

Rio Grande do Norte: 1

Natalia Bonavides (PT)

Rio Grande do Sul: 3

Fernanda Melchionna (PSol)

Maria do Rosário (PT) – reeleição

Liziane Bayer (PSB)

Rondônia: 3

Mariana Carvalho (PSDB) – reeleição

Jaqueline Cassol (PP)

Silvia Cristina (PDT)

Roraima: 2

Shéridan (PSDB) – reeleição

Joenia Wapichana (Rede)

Santa Catarina: 4

Caroline de Toni (PSL)

Geovania de Sá (PSDB) – reeleição

Angela Amin (PP)

Carmen Zanotto (PPS) – reeleição

São Paulo: 11

Joice Hasselmann (PSL)

Tabata Amaral (PDT)

Policial Katia Sastre (PR)

Sâmia Bomfim (PSol)

Luiza Erundina (PSol) – reeleição

Renata Abreu (Podemos) – reeleição

Rosana Valle (PSB)

Bruna Furlan (PSDB) – reeleição

Carla Zambelli (PSL)

Maria Rosas (PRB)

Adriana Ventura (Novo)

Tocantins: 2

Professora Dorinha (DEM) – reeleição

Dulce Miranda (MDB)

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