Final da CPI: Deputado confirma assédio do governo, mas prevê votação de relatório ‘sem acordo’;
Rodolfo Nogueira (PL-MS) revela bastidores que antecedem leitura final do relatório.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), membro da CPI do MST, falou ao Diário do Poder sobre a expectativa pela leitura do relatório assinado pelo paulista Ricardo Salles (PL). Apesar das notícias que apontam para uma eventual retirada do nome de Valmir Assunção (PT-BA) do roll de indiciados pela Comissão, o parlamentar afirmou que o andamento das negociações nessa quarta-feira (20) não favoreceu o governo. Nogueira prevê uma votação ‘sem acordo’ para a manhã dessa quinta-feira (21).
“Há um consenso de que nós não devemos mudar o relatório original. Não vejo disposição do relator Ricardo Salles, nem do presidente tenente coronel Zucco, em relação a um recuo sobre a situação do deputado Valmir Assunção. Houve uma tentativa de negociação por parte da base governista, mas, até agora, não houve acordo”.
Marco temporal e defesa do agro
O parlamentar, que encontrou a equipe do DP, após deixar reunião com a senadora Tereza Cristina (PP-MS), sobre a tramitação do marco temporal no Senado, considera que o momento é de ‘ataque ao setor produtivo’ por parte da política governista e de iniciativas da Suprema Corte.
Confira a entrevista na íntegra:
– DP: O que se espera da leitura do relatório conclusivo da CPI do MST ?
Nossa expectativa é pelo indiciamento de pessoas que cometeram crimes e tocaram terror no Brasil inteiro através das invasões de terra.
Há um consenso de que nós não devemos mudar o relatório original. Não vejo disposição do relator Ricardo Salles, nem do presidente tenente coronel Zucco, em relação a um recuo sobre a situação do deputado Valmir Assunção. Houve uma tentativa de negociação por parte da base governista, mas, até agora, não houve acordo.
A CPI teve um papel importantíssimo para revelar o modus operandi do MST e da FNL. Sofremos uma pressão violenta do governo para que a CPI acabasse em pizza. Esse não é objetivo dos membros, muito menos da mesa diretora, queremos a verdade e o indiciamento dos culpados, com materialidades e o acúmulo de provas robustas.
– DP: Mesmo após a CPI se faz necessário o reforço da proteção às propriedades privadas, em especial as propriedades rurais do Brasil ?
Com certeza. Nós estamos vendo um Governo Federal articulado contra o setor produtivo e contra o agronegócio, e estamos vendo o Supremo Tribunal Federal (STF) se voltar contra o produtor rural. Vimos o Supremo deturpar o conceito de função social e ampliar a possibilidade de invasão de terras, mesmo em solo produtivo. Ora, a terra produtiva já cumpre sua função social ao gerar empregos, movimentar a economia e abastecer o Brasil. Essas eram questões pacificadas, que,agora, estão vindo à tona, podendo causar conflitos em todo o Brasil. Gasolina e fósforo em barril de pólvora.