Provocados por Gayer, pais denunciam “doutrinação” nas escolas
Para a esquerda, projeto liderado pelo bolsonarista é o novo “escola sem partido”

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) lançou uma plataforma para auxiliar pais, de todo o Brasil, incomodados com casos que ele caracteriza como “doutrinação ideológica” nas escolas. O site, criado pelo bolsonarista, inaugurou espaço para uploads de imagens e vídeos que denunciam indícios de desvios na conduta de professores e instituições de ensino.
Em reação à iniciativa, o Sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro) acusa o parlamentar de perseguição aos educadores. Por outro lado, as denúncias revelam um cenário delicado: interferência na transmissão de valores de esfera familiar, afrontas ao cristianismo e discursos de militância política abrigados no ambiente escolar.
O site denominado “Instituto Nossos Filhos” expõe o registro de cartazes ideológicos nas paredes de unidades escolares, exibição de documentários relatando a história do MST, sob a ótica do próprio movimento, e até um discurso acalorado por parte de um professor, flagrado pela gravação de um aluno.
“Jair Bolsonaro ficou 28 anos como deputado, dormindo. Do nada surgiu como presidente, e daí foi um monte de maluco atrás dele. Olha a bagunça que ele fez. Ainda tem um monte de gente que enche a boca para dizer que Lula é analfabeto. Quem fala isso não sabe nem o que é política”, panfletou o professor. Na sequência, afirmou sobre a figura de Cristo: “Quando eu digo que Jesus Cristo foi político, muita gente me questiona. Gente, Jesus Cristo foi rebelde, por isso ele morreu”.
Ao Diário do Poder, Gayer enviou imagem recebida por um dos colaboradores da plataforma. No entendimento do parlamentar, a mensagem transmitida pelo cartaz denunciado é “anticristã” e configura “perseguição religiosa”. O desenho, que estaria pregado na parede de uma unidade do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), mostra um grupo de homens, que seguram Bíblias, e agridem um jovem envolto numa bandeira LGBTQIA+.
O pai, que não quis se identificar, deixou um recado na plataforma criada pelo parlamentar: “isso tem ocorrido no IFSP, na cidade de Ilha Solteira. O cartaz anexo foi colado nas paredes internas da escola. Meu filho tem sofrido com perseguição por parte de alunos e professores. A Coordenação do campus já foi acionada e já me posicionei quanto a isso na reunião de pais. Sou cristão e sinto-me ofendido com estas ideias estimuladas prelos professores de artes e história”, escreveu o denunciante.
Gayer acredita que o alcance das ideologias progressistas tem efeito quase que incontrolável, através da educação e da cultura. Por isso, está motivado em seguir com o projeto. “A doutrinação ocorria na minha época de escola. Com 20, 30 anos atrás. Quando as coisas eram sutis. Hoje não é mais doutrinação, é violência ideológica. Quem se opõe é humilhado, caçoado, excluído”, afirmou.
“O Instituto Nossos Filhos é uma mão amiga para pais desesperados, que não têm a quem recorrer diante das tentativas de lavagem cerebral que ocorrem em tantos ambientes escolares do Brasil. Essa ideologia maligna corrompe o coração de crianças e jovens e precisa ser escancarada”, destacou.
O Diário do Poder solicitou à equipe de Gayer um levantamento sobre a adesão de pais e alunos à utilização da plataforma. Mas a assessoria informou que devido a alta procura e a fase embrionária do projeto, os técnicos envolvidos ainda estão em processo para catalogar o número de denúncias.