Morte de Clezão abala Coronel Naime e deixa família em alerta
Militar tem comorbidades e chegou a ser encontrado desmaiado dentro da cela
A morte de Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, trouxe à tona o debate sobre as comorbidades dos presos do 8 de janeiro. Uma das pessoas que já apresentava debilidades antes mesmo de ser preso é o ex-comandante de operações especiais da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime.
O coronel também sofre de problemas cardíacos e já se encontrava em afastamento para cuidar da saúde quando foi chamado para reforçar o efetivo de policiais no dia 8 de janeiro.
Nesta sexta-feira (24), completam 290 dias da prisão do militar. Ao Diário do Poder, a família afirmou que , com a morte de Clezão, a situação psicológica de Naime se tornou ainda mais ‘instável’.
“Suas forças estão sendo testadas, sua saúde encontra-se debilitada, e as marcas psicológicas são visíveis diante da injustiça persistente”, desabafou a esposa Mariana Adorno Naime em carta publicada nas redes sociais.
Antes de ser transferido para a Papuda, Naime foi encontrado desacordado dentro da sala destinada a prisão de militares no complexo da Polícia Militar localizado no bairro Asa Sul, em Brasília.
Mariana soube pela imprensa do ocorrido em julho deste ano e não teve autorização para levar um médico particular à visita agendada.
Desde que foi detido, Naime não tem acesso a continuidade dos tratamentos médicos aos quais foi submetido ainda no último ano, sendo impossibilitado de ajustar as doses de sua medicação, segundo a avaliação dos profissionais de saúde que o acompanhavam.
“Recentemente, vivemos momentos angustiantes quando ele foi encontrado desacordado na cela, resultando em sua transferência para o hospital. Infelizmente, episódios semelhantes se repetiram, intensificando nossa apreensão após a trágica perda de um manifestante com as mesmas condições de saúde do Coronel”, escreveu a esposa do militar.