Ministro da Justiça cita defesa da família para justificar veto ao fim das saidinhas
"Foi um veto pontualíssimo em defesa da família", disse Lewandowski.

Para responder, na Câmara, sobre o veto parcial do presidente da República, Luís Inácio lula da Silva, ao projeto que acaba com as saidinhas no Brasil, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi estratégico: usou a defesa da família como preceito constitucional, bandeira da ala bolsonarista, para justificar a manutenção de benefícios como a visita de familiares aos presidiários e a manutenção das saidinhas.
Lewandowski endossou que a família é ‘celula mater’ da sociedade e que a motivação de Lula para os vetos tem relação com a fé católica do presidente. Consultado pelo Planalto sobre o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, Lewandowski assumiu que incentivou o veto do presidente. “Quero assumir a responsabilidade pelo veto. É de responsabilidade do ministério da Justiça. Foi um veto pontualíssimo em defesa da família”, reforçou. Ele também defendeu a necessidade de reintegração progressiva do apenado na sociedade. “Há um esforço para ressocializar esses indivíduos”.
O ministro citou a influencia do Advogado Geral da União, Jorge Messias, sobre a decisão e acrescentou que “ele é um evangélico”. Além de tentar responder às críticas de bolsonaristas, o governo busca proximidade com a parcela evangélica do eleitorado.
Lewandowski aproveitou a oitiva para afagar o Congresso Nacional mediante a queda de braço com o governo. “O presidente da República sancionou, praticamente, a totalidade do texto, de acordo com a soberania popular representada pelo Congresso”.