'Sintonia profunda'

Lira: ‘Presidente da Câmara não faz nada que o Plenário não queira’

Presidente da Câmara ressalta necessidade de profunda sintonia com a vontade majoritária do Plenário

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Bloco articulado por Arthur Lira tem 173 parlamentares Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), publicou artigo neste domingo (17), afirmando que a Câmara de todos é a Câmara do povo e que o presidente não faz nada que o Plenário não queira. Lira ressalta que o presidente da Câmara “precisa ter uma profunda sintonia com a vontade majoritária do Plenário, e de sua maioria, para poder decidir”.

“A Câmara de todos, quanto mais autônoma, participativa e, ao mesmo tempo, conectada com as angústias e necessidades, se torna também a Câmara do povo. Essa é sua missão. E, como presidente, devo obedecer à vontade de meus pares, sem personalismos, sem impedir que a vontade soberana da maioria prevaleça. Esse foi o meu compromisso. E eu o cumprirei sempre”, disse ele, em artigo pulicado no jornal O Globo.

Segundo ele, o ambiente já em combustão da pré-campanha eleitoral procura polêmicas e fantasmas onde não existem. “Um deles é o suposto protagonismo da presidência da Câmara — ou “superpoderes” de um único indivíduo num processo que é complexo, multifacetado, envolve centenas de líderes e as duas Casas. Como a Câmara, pela composição e quórum robusto, naturalmente chama atenção e provoca maior alarido, os holofotes da cobertura da imprensa algumas vezes se concentram sobre seu presidente. Mas é preciso deixar algo claro. Fui eleito com o compromisso de que não me afastei desde que assumi: para toda a Câmara ter voz.”

Guerra política

Arthur Lira atribuiu a uma guerra política algumas análises sobre seu papel à frente da Câmara: “Sem falsa modéstia, toda vez que vejo importantes decisões tomadas pela Câmara dos Deputados e pelo Congresso Nacional como personalização de alguma qualidade ou defeito meu, enxergo esse tipo de comentário como simplificação ou parte da guerra política de sempre, cujo propósito é muitas vezes mais estigmatizar do que realmente permitir uma visão equilibrada e objetiva dos fatos”, disse.

Engajamento

Lira disse que só foi possível alcançar os resultados legislativos com as margens expressivas que foram alcançadas em razão da participação de todos. “Quóruns que reuniram a quase totalidade do plenário em inúmeras votações. Foi com intensa mobilização da maioria das bancadas, com grande participação e engajamento de todas as deputadas e deputados, que encaramos inúmeros temas e avançamos em agendas sensíveis e aprovamos emendas constitucionais.”

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados

“Tudo isso não é fruto de uma pessoa só. Não é mérito de um indivíduo. É o resultado de um modelo de participação no processo decisório muito mais inclusivo e muito menos personalista. É exercício prático da proposta teórica de uma Câmara de todos. Por mais que queiram dizer o contrário, o presidente não faz nada que o plenário não queira. O presidente precisa ter uma profunda sintonia com a vontade majoritária do Plenário, e de sua maioria, para poder decidir”, observou.

Sobre o papel do presidente, destacou que é essa submissão permanente, esse esforço de compreensão contínuo. “Não se trata de falar ou fazer o que quer. Mas de ouvir e fazer o que a maioria quer. Tenho me empenhado para vocalizar e ser fiel à vontade de uma maioria que, no caso da PEC, entendeu que a Câmara de todos não poderia ficar de costas para o País e que tínhamos de dar uma resposta neste momento”, disse ele, referindo-se à PEC dos Benefícios ou do Estado de Emergência.

Brasil precisava agir e agiu

Ao justificar a necessidade da PEC, já transformada em emenda constitucional, o presidente afirmou que a guerra da Ucrânia criou, sim, um ambiente mundial de desafios e dificuldades para os países do mundo, algo que se somou aos efeitos acumulados da pandemia e do pós-pandemia.

“Do ponto de vista de setores da economia brasileira, a reação vem se dando em ritmo positivo, e o país está se recuperando. O problema é que a nova crise criou novos empecilhos e dificuldades sobretudo para os mais vulneráveis. O mundo todo começou a agir. Os países passaram a tomar medidas para proteger seus povos dos impactos inflacionários causados pelos reflexos imprevistos de um acontecimento sem precedentes. O Brasil precisava agir. Agiu. Ampliar com responsabilidade fiscal o valor do Auxílio Brasil, o vale-gás, oferecer apoio aos caminhoneiros, taxistas, tornar o transporte dos idosos uma garantia. Não fazer esforço no pior momento da pior crise por um curto espaço de tempo por aqueles que mais precisam? É claro que sim”, disse Lira. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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