79% mais caro

Em dez anos, obra do Rodoanel Norte salta de R$ 7,2 bilhões para R$ 13 bilhões

A população de São Paulo espera pela conclusão do Rodoanel desde 1998; obras estão paralisadas desde 2018

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Trecho Norte do Rodoanel, em São Paulo. Foto: Eduardo Saraiva.

Com obras paralisadas desde 2018, o custo total do trecho Norte do Rodoanel, em São Paulo, saltou R$ 7,2 bilhões para R$ 12,9 bilhões, de acordo com o cálculo do Radar Brasil, iniciativa da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Ou seja, com 85% das obras concluídas, o Rodoanel Norte ficou 79% mais caro.

Após idas e vindas em torno da concessão do Rodoanel Norte à iniciativa privada, o Governo de São Paulo conseguiu concretizar o leilão em março deste ano. Porém, de lá para cá, a construtora Via Appia, que venceu a licitação, ainda não assumiu oficialmente a obra. A nova concessão tem prazo de 31 anos.

A população de São Paulo espera pela conclusão do Rodoanel desde 1998 e já está no nono governador desde o início da construção em 1998, ainda na gestão Mário Covas.

Na sessão Norte, o último lote a ser iniciado vai fechar o anel rodoviário de 177 km em torno da capital paulista. O trecho estava prometido para 2016, mas só deve ficar pronto em 2025, depois de um histórico de falhas, atrasos e suspeitas de mau uso de verbas.

O trecho deveria ter sido entregue em 2016, mas problemas de superfaturamento e corrupção esvaziaram seus canteiros. A previsão mais otimista, assinalada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, coloca a entrega do Rodoanel para em julho de 2026. Assim que o contrato for assinado, a Via Appia ficará responsável pela conclusão das obras, bem como pela operação, administração e manutenção do Rodoanel Norte pelos próximos 31 anos.

De acordo com o governo paulista, o investimento total para a retomada e conclusão do trecho norte é de R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bilhões pela Via Appia e R$ 1 bilhão do Estado.

Essas cifras incluem ainda a correção de 59 falhas apontadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) numa auditoria realizada em 2020. Entre os problemas encontrados estão túneis com infiltrações, pilares desaprumados, revestimentos trincados, além de rupturas e erosões.

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