Justiça condena 8 dos 12 militares julgados pela morte de Evaldo Rosa
O músico Evaldo Rosa teve seu carro alvejado por 62 tiros de fuzil
A Justiça Militar condenou, na madrugada desta quinta-feira (14), oito militares do Exército pelo assassinato do músico Evaldo Rosa e do catador de recicláveis Luciano Macedo.
Outros quatro militares que também eram réus no processo foram absolvidos, porque não dispararam contra o veículo. Além do duplo homicídio, os militares foram condenados pela tentativa de homicídio do sogro de Evaldo, que foi ferido na ação, mas se recuperou.
O tenente Ítalo da Silva Nunes era o chefe da ação e foi condenado a 31 anos e seis meses de reclusão; os demais militares receberam pena de 28 anos de prisão. Todos militares foram absolvidos do crime de omissão de socorro.
Todos respondem em liberdade até que se dê o trânsito em julgado do processo. A defesa dos militares vai recorrer da decisão do Tribunal.
O julgamento ocorreu dois anos após o crime, na Ilha do Governador, e durou mais de 15 horas. O colegiado condenou os militares por 3 votos favoráveis contra 2 votos pela absolvição.
O caso
Na tarde de um domingo, dia 7 de abril de 2019, Evaldo estava a caminho de um chá de bebê acompanhado da esposa, sogro, do filho de 7 anos e uma amiga do casal, quando seu carro foi alvejado com 62 tiros de fuzil.
O grupo de militares do Exército estava em operação na região e, segundo alegaram à época, confundiram Evaldo com um criminoso e dispararam 257 vezes na direção do carro do músico e da família.
O catador Luciano Macedo estava próximo e tentou ajudar a família do ataque dos militares, mas também foi alvejado por tiros e morreu 11 dias depois no hospital.