driblando a crise

Em discurso à ONU Bolsonaro fala sobre combate à Covid-19 e meio-ambiente

O presidente lamentou as mortes pela doença e comemorou a implementação de ações como o auxílio emergencial

acessibilidade:
Presidente Jair Bolsonaro momentos antes da gravação de seu discurso de abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas - Foto: Marcos Corrêa/PR.

O presidente Jair Bolsonaro discursou, na manhã desta terça-feira (22), na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Em primeiro lugar, Bolsonaro deu voz às ações do Governo Federal contra a pandemia do novo coronavírus. O presidente lamentou as mortes ocorridas pela doença e comemorou o sucesso do auxílio emergencial.

“Nosso Governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior. Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente mil dólares para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo”, afirmou.

Bolsonaro também mencionou o investimento de US$ 400 milhões destinados à pesquisa da vacina produzida em Oxford. Assim como, a assistência a 200 mil famílias indígenas durante a pandemia, e a manutenção do funcionamento estável nos hospitais da rede pública.

Agronegócio

O chefe do Executivo afirmou que o setor do agronegócio no país continua “pujante”, além de ser detentor da melhor legislação ambiental do mundo. “No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou.
O homem do campo trabalhou como nunca e produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado”, disse o presidente.

Sobre a expressiva participação do país na exportação de grão e alimentos, Bolsonaro diz que, “garantimos segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e
usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e a agricultura – números que nenhum outro país possui. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar”.

Meio ambiente

Bolsonaro critica as manifestações de entidades ambientalistas a respeito dos incêndios florestais. “Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha, escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o Governo e o próprio Brasil”.

A preservação ambiental é uma das bandeiras levantadas no discurso, o presidente afirma que “mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo, somos responsáveis por apenas 3% da emissão de carbono”. Além de mencionar o caráter habitual dos incêndios em áreas florestais. “As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição”, referindo-se ao Pantanal.

Para além das florestas, o presidente alerta que o Brasil também está empenhado na redução de resíduos nos oceanos. “Nosso Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, um dos primeiros a serem lançados no mundo, cria uma estratégia para os nossos 8,5 mil quilômetros de costa. Nessa linha, o Brasil se esforçou, na COP25, em Madri, para regulamentar os artigos do Acordo de Paris que permitiriam o estabelecimento efetivo do mercado de carbono internacional. Infelizmente, fomos vencidos pelo protecionismo”, diz Bolsonaro.

Direitos humanos

No discurso, Bolsonaro traz à luz  a ajuda humanitária prestada aos refugiados venezuelanos. “A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos, deslocados devido à grave
crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana. Com a participação de mais de 4 mil militares, a Força-Tarefa Logística Humanitária busca acolher, abrigar e interiorizar as famílias que chegam à fronteira”.

Rapidamente, o presidente justifica que “a paz não pode estar dissociada da segurança”, bandeira amplamente defendida na campanha eleitoral do chefe de Governo.

Mercado

A expansão das fronteiras comerciais é comemorada pelo presidente que afirma, “em meu Governo, o Brasil finalmente abandona uma tradição protecionista e passa a ter, na abertura comercial, ferramenta indispensável de crescimento e transformação”.

Bolsonaro também alerta que o país é um terreno fértil ao investimento internacional e que este reconhecimento está chegando. “O Brasil foi, em 2019, o quarto maior destino de investimentos diretos em todo o mundo. E, no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do ingresso de investimentos,
em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso comprova a confiança do mundo em nosso Governo”.

Política internacional

O discurso de Bolsonaro foi encerrado mencionando às políticas adversas do Oriente Médio. “Os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein – três países amigos do Brasil, com os quais
ampliamos imensamente nossas relações durante o meu Governo –, constituem excelente notícia. A nova política do Brasil, de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes, converge com essas iniciativas, que finalmente
acendem uma luz de esperança para aquela região”.

Bolsonaro também elogia a ação estadunidense intermediando conflitos nos países do oriente médio. “O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino”.

 

Reportar Erro