Tragédia

Imprensa internacional destaca destruição do Museu Nacional no Rio

Corte nos recursos da instituição e a perda imensurável do acervo foram apontadas pelos jornais

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Incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rego/Agencia Brasil

O incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, na noite deste domingo (2), repercutiu também na imprensa internacional. Neste ano, a instituição inaugurada por Dom João VI completou 200 anos e tinha um acervo de mais de 20 milhões de itens de coleções de paleontologia, zoologia, botânica, antropologia, arqueologia, entre outras.

A rede britânica BBC destacou que o incêndio é visto por alguns como uma metáfora para a crise que o Rio de Janeiro enfrenta: “crescimento da violência, a profunda crise econômica e a corrupção política se somaram para transformar a cidade em uma sombra do que já foi um dia.” A matéria aponta ainda a dificuldade dos bombeiros em combater o incêndio, já que os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional não estavam funcionando.

O italiano La Repubblica também repercutiu a tragédia e as perdas causadas pelo fogo. O jornal lembra que estava no Museu Nacional o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. Luzia tinha 12 mil anos.

Já o periódico espanhol El País ressalta que o Museu Nacional, a instituição de ciência e história natural mais antiga do Brasil, sofria com a falta de verba para a realização de manutenções básicas de suas atividades. O jornal apontou ainda que a instituição recebia há quase quatro anos apenas 60% dos R$ 550 mil que deveriam ser repassados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O jornal norte-americano The New York Times também apontou as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição e afimrou que professores que trabalhavam no Museu Nacional juntaram dinheiro para ajudar a pagar o serviço de limpeza do local. A reportagem aponta ainda a reação do prefeito Marcelo Crivella, que afirmou, por meio de uma rede social, que é um “dever nacional” reconstruir o acervo por meio de réplicas baseadas em fotos.

O argentino Clarín lembra ainda outra tragédia para a cultura do país: o incêndio no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em julho de 1978, que destruiu obra de importantes artistas como Pablo Picasso e Salvador Dalí.

O incêndio no Museu Nacional começou por volta das 19h30 deste domingo (2) e só foi controlado pelo Corpo de Bombeiros às 3h da manhã desta segunda (3). Nesta manhã, os bombeiros continuam no local fazendo o trabalho de rescaldo e de combate de outros focos de fogo. As causas do incêndio ainda são desconhecidas. Ninguém ficou ferido.

Confira a repercussão:


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