Ação cível

Ibaneis processa jornalista por dano moral em matéria sobre fato que não ocorreu

Ex-ministro testemunha que o fato relatado em site não aconteceu

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Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal. (Foto: Renato Alves)

Sentindo-se ofendido, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), ingressou nesta quinta-feira (2) com ação na 23ª Vara Cível de Brasília por danos morais contra um blog e seu proprietário, um jornalista, em razão de matéria considerada inverídica a seu respeito.

O texto, sob o título “Governador do DF viaja bêbado e é advertido em vôo”, faz relato de um fato que não aconteceu, por ocasião de recente viagem de Ibaneis a Lisboa, segundo testemunhas como o ex-ministro Luiz Inácio Adams, único citado no texto do jornalista. No mesmo voo por mera coincidência, Adams é categórico: “O que escreveram foi mentiroso”.

Advogados de Ibaneis, Estefânia Viveiros (ex-presidente da OAB-DF), Bruno Batista Lobo Guimarães e Henrique Savonitti Miranda pedem indenização por danos morais de R$200 mil dos réus Notibras e José Seabra Neto, autor do texto.

A ação afirma que “as ofensivas para constranger e atacar Ibaneis Rocha são frequentes no portal Notibras”. E cita matérias que consideram “tendenciosas e ofensivas”, como os textos “Governador do DF manda a polícia caçar Notibras” e “Ibaneis afunda em crise etílica, moral e política”.

Testemunho contundente
O ex-ministro Luiz Inácio Adams, que chefiou a Advocacia Geral da União (AGU), ficou perplexo: “Isso é um completo absurdo”, enfatizou. “Eu viajei na poltrona exatamente atrás do governador e sua chefe de gabinete [Kaline Gonzaga]. Por volta das 23h, jantamos e depois as pessoas dormiram, sem nenhuma intercorrência.”

Luiz Inácio Adams ficou genuinamente indignado com a matéria. “Faço questão de reparar a verdade”, disse. Ele também negou que Ibaneis estivesse com “um séquito de assessores”, como diz o texto do jornalista. “Estava acompanhado apenas da chefe de gabinete”, afirmou.

O ex-ministro da AGU contou também que entrou no site para publicar um desmentido, mas foi inútil: “Mais absurdo é que eu quis registrar o erro nos comentários do site, mas para fazê-lo eu tinha que publicar a matéria nos meus canais sociais. Ou seja, para desmentir eu tinha que divulgar a mentira.”

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