Defasagem de 28%

Herança do PT faz Governo de Minas anunciar reajuste salarial, sem índice e em quatro anos

Primeira parcela de reposição salarial na Segurança ficou para setembro de 2020 e última para 2023

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Proposta de recomposição salarial dos servidores da segurança pública do estado de Minas Gerais foi anunciada nesta terça (17) pelo governo de Romeu Zema (Novo), sem a exposição de percentuais e em quatro parcelas que iniciam em setembro de 2020 e finalizam em março de 2023. As categorias exigem 28,82% de defasagem acumulados desde o início do governo do petista Fernando Pimentel. E o desfecho foi rechaçado em plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Para justificar a montagem da escala de reajustes, sem fixação de índices das parcelas, o governo publicou nota informando não ter condição de fazer, de imediato, a compensação das perdas salariais acumuladas, por causa do impacto que uma eventual medida como esta teria em outras áreas. E ressaltou como grave a situação econômica, com restos a pagar de R$ 34,5 bilhões e um déficit orçamentário projetado para 2019 de R$ 15 bilhões, tornando inviável fixar os percentuais da previsão de reajustes, com última parcela a ser paga em um novo governo, em 2023, e as demais em setembro de cada ano, a partir do ano que vem.

Um dos deputados que criticaram a proposta do governo Zema foi o Delegado Heli Grilo (PSL-MG), que comentou a falta de acordo ao final de sete horas de reunião entre parlamentares estaduais e federais, representantes de 15 entidades de classe e o secretário de Governo, Bilac Pinto. “Eles tentaram até mesmo impor um percentual de defasagem salarial inferior aos 28,82% devidos”, ressaltou o parlamentar.

Ontem (16), os servidores da segurança protestaram na sede do governo de Minas, carregando um caixão com a imagem do governador Romeu Zema. Centenas de integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do sistema prisional e do Corpo de Bombeiros ocuparam o pátio, com carro de som e fizeram pressão até se reunir com representantes do governo.

O deputado Sargento Rodrigues (PTB-MG) disse ser inócuo o anúncio do cronograma de recomposição sem a previsão dos índices. “Os servidores estão em situação limite, endividados por conta do parcelamento de salários, e ainda terão que esperar até setembro de 2020 para receberem a primeira parcela da recomposição, sem saber o que esse valor, de fato, representará”, criticou Sargento Rodrigues.

Os deputados Coronel Sandro e Bruno Engler (ambos do PSL) também participaram da reunião com o secretário de Governo. Eles classificaram o desfecho da negociação como “lamentável”. Ainda os deputados Carlos Pimenta (PDT), Elismar Prado (Pros), Noraldino Júnior (PSC) e Cleitinho Azevedo (Cidadania) manifestaram apoio às reivindicações das categorias e cobraram clareza sobre os percentuais de reajuste. (Com informações da ALMG e do G1)

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