Vergonha em Brasília

Heleno acha ‘pífias’ alegações do senador que enfiou dinheiro entre as nádegas

Defensores só não explicam por que senador tentou esconder dinheiro supostamente 'lícito'

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Senador Chico Rodrigues (DEM-RR) - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Augusto Heleno, classificou de “pífias” as justificativas até agora apresentadas em defesa do senador Chico Rodrigues (DM-RR), que enfiou dinheiro entre as nádegas para escondê-lo de agentes da Polícia Federal que cumpriam mandado de busca e apreensão em sua residência, na semana passada.

Defensores do “senador cuecão”, como tem sido chamado, alegam que Rodrigues estaria sofrendo “linchamento” em razão de um dinheiro que pertenceria a ele e que se destinaria a pagar salários de funcionários da empresa da família. Os defensores só não explicam por que o senador tentou esconder o suposto dinheiro “de origem lícita” entre as nádegas.

Heleno considera “muito fortes” os indícios e provas contra o senador, cujas alegações, por serem inconsistentes, apenas complicam a sua situação. As declarações do general ocorreram durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.

Ele diz que lamentou o ocorrido com o senador que integra a base de apoio ao governo, inclusive na condição de vice-líder, lembrou até que o senador é um homem afável, educado, mas que aparentemente cometeu um erro grave. Heleno recomendou aguardar a conclusão das investigações.

Mourão foi foi ‘descartado’

Augusto Heleno também negou que em “conversas reservadas” o presidente Jair Bolsonaro tenha descartado a presença do general Hamilton Mourão como seu companheiro de chapa.

“Ser houve esse tipo de conversa”, diz ele, “eu não participei e nem soube que tenha havido”, garantiu ele.

Circulam rumores de que o presidente teria a intenção de mudar o seu companheiro de chapa, como vice-presidente, em eventual candidatura à reeleição, em 2022.

Ele diz que Mourão tem sido um bom companheiro e tem se esforçado para cumprir bem o seu papel e as missões confiadas a ele, realçando que sua substituição na campanha de 2022 nunca foi considerada.

Abin não ‘monitorou’

O ministro, que é superior hierárquico da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), criticou “parte da imprensa” que acusou os agentes da instituição de haverem “monitorado” os participantes de um evento ambientalista na Espanha.

Ele disse que não houve monitoramento e que os funcionários da Abin, incluindo analistas, foram designados para observar as discussões até para se qualificar melhor sobre o assunto.

Campanha sórdida

Augusto Heleno afirma que as críticas ao Brasil por causa da Amazônia fazem parte de uma “campanha sórdida e injusta”.

Para o chefe do Gabinete Institucional, países que são “falsos ambientalistas” e “têm o rabo preso” querem ditar regras.

A Noruega, por exemplo, que vive condenando o Brasil, é sócia de uma mineradora acusada de poluir rios no Pará. O general admitiu que é preciso pensar em reações, apesar das amarras jurídicas:

Augusto Heleno alerta que, na verdade, interesses econômicos estão por trás do discurso de muitos países que ficam criticando o Brasil.

De acordo com o general, ONGs são financiadas por outros governos para dar “palpite”.

Interesses comuns

Na entrevista à Rádio Bandeirantes, Augusto Heleno comentou a possível vitória do candidato de Evo Morales na Bolívia.

Ele disse que a volta de um esquerdista à presidência, a exemplo do que já ocorreu na Argentina, “preocupa um pouco”.

No entanto, segundo o general, confirmada a vitória de Luís Arce, o Brasil deve se aproximar, pensando nos interesses comuns entre os dois países.

O ministro foi entrevistado no Jornal Gente pelos jornalistas Thays Freitas, Mariana Godoy, Pedro Campos e Cláudio Humberto.

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