Corrente da solidariedade

Grupo distribui cestas básicas para quem precisa no Distrito Federal

Fechamento do comércio tirou o trabalho de muitos, por isso tais atitudes são fundamentais

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Eles procuram coletivos já atuantes para ajudar na distribuição de cestas

Em meio a pandemia do coronavírus, a onda de medo tem gerado algumas situações. Pessoas correm para supermercados e fazem estoque de mantimentos, ondas de depressão e pânico, angústias geradas pelo isolamento social. Mas também o encorajamento para a iniciativa de ações em benefício ao próximo. Nessa onda de solidariedade, podemos citar o exemplo de um grupo que percorre as ruas das cidades satélites do Distrito Federal levando cestas básicas, para aqueles que perderam seus empregos, ou a forma que tinham de conseguir suas rendas.

No último final de semana, eles doaram 68 cestas básicas nas cidades satélites de Sobradinho e Planaltina. E pelas ruas dos bairros do Areal, Vale do Amanhecer, Vila Pacheco, Jardim Roriz, Nova Petrópolis, Nova Planaltina e Rota do Cavalo, encontraram muitas pessoas passando por necessidades. “Era muito desesperador quando as pessoas paravam a gente no meio da rua, para pedir, pelo amor de Deus uma cesta básica”, conta Rubens.

O psicólogo Rubens Bias ressalta que apesar dessa situação, a quarentena é essencial no combate ao coronavírus. “Todos os países do mundo, que conseguiram controlar a epidemia, e todos os cientistas sérios indicam o isolamento. Indicam que as pessoas fiquem em casa. Então é fundamental que a gente fique em casa. Estamos fazendo essa ação tomando todos os cuidados necessário para não sermos infectados e para não infectarmos. Mas é fundamental que a gente ficando em casa, não condene essas pessoas a miséria e a fome. Então é fundamental que quem possa, doe”.

Entre essas doações, o grupo encontrou um exemplo de solidariedade. Se trata de uma senhora que estava completando 60 anos, Tica como gosta de ser chamada, também precisava da doação, mas não aceitou porque acredita que outras pessoas precisavam mais que ela. O número de cestas não daria para todos. Ela se uniu ao grupo e pelas rua de Arapoanga, eles distribuíram mais de dez cestas. Sobre as doações, ela afirmou que ficou muito feliz. “ Amei, me senti muito bem, fiquei muito feliz por que me senti útil e também mais humana”.

A ideia para a iniciativa das doações, ocorreu depois de relatos de duas amigas de Rubens que trabalhando no comércio ficaram sem seus empregos. Alguns dias depois, uma outra amiga do psicólogo lhe procurou, pois tinha três cestas para doar, mas não sabia para quem. “Ela me procurou para buscar uma orientação, acreditava que como conheço muitas pessoas, poderia saber de alguém”, conta Bias.

Foi então, que na busca de pessoas que necessitavam da ajuda, o grupo de uniu e resolveu fazer algo para mudar essas situações, ajudando quem precisa, da forma que eles podem. Começou pelas redes sociais com o trabalho de formiguinha, o pedido de colaboração para conseguir as doações.

Até o momento foram arrecadadas 120 cestas, o grupo pede ajuda de outras pessoas que se sentirem tocadas em fazer parte desta corrente. Eles procuram coletivos já atuantes para ajudar na distribuição de cestas. Essa ajuda é fundamental enquanto a renda básica universal não foi implementada.

Do outro lado do DF, no Congresso Nacional, em sessão remota, os senadores adiaram para amanhã (1) a votação do projeto de lei que institui a Renda Básica de Cidadania Emergencial, benefício a ser concedido em casos de epidemia e pandemia no Brasil.

 

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