Governo proíbe clínica médica em uma das cidades mais carentes do DF
Administrador do Varjão barra clínica médica, mas boteco pode
Uma clínica médica foi impedida de funcionar no Varjão, uma das regiões administrativas mais carentes do Distrito Federal. O administrador regional negou o alvará de funcionamento da iniciativa, destinada a suprir umas mais mais graves deficiências nos serviços públicos, que é o atendimento de saúde. A alegação é de que a atividade não pode ser desenvolvida no endereço, "de acordo com a Norma de Gabarito (NGB) 22/02". Clínica de estética pode, assim como boteco; clínica médica, não. "Pontos de venda de drogas também funcionam na cidade", testemunha o delegado Miguel Lucena, da Polícia Civil.
“Os solicitantes percorreram o caminho inverso, e optaram por primeiro alugar e reformar o local, e somente posteriormente resolveram consultar oficialmente via sistema RLE – Registro e Licenciamento de Empresa”, informou em nota a administração regional chefiada interinamente por Moisés do Espírito Santo.
No entanto, Hélio Araújo, empresário do ramo de farmácia que investiu mais de R$100 mil na clínica, afirma que o vizinho é uma clínica odontológica. “Disseram que [a autorização] é da administração anterior, mas as normas continuam as mesmas.” Segundo os burocratas, clínica de estética é a única atividade relacionada à saúde que é permitida no endereço.
Hélio entrou com um recurso para reverter a decisão, nesta sexta (25), e a administração regional que prometeu fazer a análise o mais rápido possível. “Mas me disseram que o administrador, por ser interino, não quer se comprometer e vai negar o recurso. Nesse caso, vamos entrar com um mandado de segurança.”
A obra da clínica médica já está pronta. Os equipamentos foram comprados, as salas já estão adaptadas para os consultórios médicos e os funcionários também já foram contratados. Além disso, o aluguel do prédio já está firmado por cinco anos, no valor de R$ 4 mil mensais.