No Lago Norte

Governo do DF inaugura praça em homenagem ao “Jardineiro de Brasília”

Francisco Ozanan chefiou por 40 anos o Departamento de Parques e Jardins da Novacap

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Em 1969, o engenheiro agrônomo Francisco Ozanan Correia Coelho de Alencar, chegou em Brasília Foto: Novacap

Quem conhece Brasília se encanta com sua beleza, que é enaltecida pelas cores dos canteiros de flores e parques espalhados pelos quatro cantos da cidade. Como não poderia deixar de ser, um dos pioneiros deste trabalho de paisagismo da Capital Federal, Francisco Ozanan Correia Coelho de Alencar, foi homenageado hoje (29), com a inauguração de uma praça que leva seu nome. Ele morreu de infarto em 2016, aos 72 anos.

Durante a cerimônia o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha ressaltou a importância de locais de lazer para a população. E prometeu que vai transformar os postos desativados da Polícia Militar em pontos de encontro e lazer. “Nós tivemos vários desses pontos onde existiam as armações para a polícia, que foram retiradas e são áreas que estão abandonadas. Então, esse projeto ficou tão interessante que já pedi à Novacap que fizesse um levantamento de todas as áreas para que a gente possa ter pontos de encontro, pontos de lazer e pontos de ajardinamento na cidade. Nós vamos levar essa ideia, que foi uma grande ideia, para vários locais de Brasília, mostrando a importância da Novacap no cuidado com a cidade”.

A Praça Francisco Ozanan fica na península do Lago Norte, bairro nobre da cidade. Ozanan foi por 40 anos chefe do Departamento de Parques e Jardins da companhia, a paixão e dedicação por seu trabalho lhe deu o apelido de “Jardineiro de Brasília”.

Jardineiro de Brasília

Cor e beleza são características das ruas de Brasília, graças aos canteiros de flores, espalhados pelos quatro cantos da cidade, além é claro, da exuberância da vegetação dos parques, e dos jardins que enfeitam os órgãos do governo.

Somente nas ruas de Brasília é possível encontra árvores como: ipê banco, amarelo, roxo, quaresmeira, copaíba, jequitibá do cerrado, landim, pombeiro, flamboyants vermelhos. Além de manga, jaca, amora, cagaita, jamelão e tantas outras frutas.

Mas nem sempre foi assim, muito pelo contrário. Na época da fundação da cidade, os pioneiros tiveram muito trabalho até conseguir identificar quais eram as espécies que conseguiam sobreviver no Cerrado.

Em 1969, o engenheiro agrônomo chegou em Brasília, e começou a trabalhar no viveiro, cuidando de doenças das plantas e controle de pragas. Um mês depois ele se envolveu na construção da Praça do Buriti. Foi então que Ozanan começou o trabalho de uma vida, que lhe rendeu apelido carinhoso de “Jardineiro de Brasília”.

Naquela época, não havia em Brasília viveiro que produzisse mudas e, por causa da pressa para construir a cidade, a Novacap plantou em todo o Plano Piloto árvores exóticas, espécies que não são da flora brasileira, ou são de biomas que não se adaptaram ao Cerrado. “Isso era o convencional das outras cidades, mas não funcionou em Brasília. A planta que se dá bem lá na Mata Atlântica não se dá bem aqui no Cerrado”, explicou o agrônomo.

Morte de árvores adultas

Durante os anos de 1975 e 1976, morreram cerca de 50 mil árvores adultas em Brasília, o que desencadeou uma enorme crise, que fez com que se cogitasse a ideia de retorno da capital para o Rio de Janeiro, afinal, a cidade era tão desértica que nem árvore vingava, diziam os críticos.

Então, Ozanan liderou sua equipe em excursões pelo Cerrado em busca de plantas que pudessem crescer e se multiplicar em Brasília. Eles coletaram sementes e testaram a natureza até descobrir o que poderia brotar no Planalto Central que fosse forte o suficiente para resistir à seca e ao sol. Deu certo: a cidade floresceu.

Ele foi o responsável pelas árvores e flores que enfeitam Brasília e ajudou a tornar realidade o sonho de Lucio Costa, que queria que “os prédios residenciais nascessem como da clareira de uma floresta”.

Graças aos ensinamentos de Ozanan, a Novacap, hoje, só planta mudas nativas, inclusive os ipês, que enchem Brasília de cores. Só no Plano Piloto, há 1,5 milhão de árvores plantadas que proporcionam beleza única à capital. Em todo o DF, são mais de 120 espécies plantadas. Hoje, são 600 balões floridos em todo o DF. (Com informações Agência Brasília)

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