A demissão de dezenas de ocupantes de “cargos de confiança” do governo do Amazonas, em atos já publicados no Diário Oficial, revelou uma situação constrangedora: muitos dos demitidos são parentes diretos dos parlamentares que os indicaram.
O governador Wilson Lima demitiu indicados de deputados estaduais que, antes aliados, votaram contra sua candidata na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa Estadual, realizada de forma antecipada na semana passada, dia 3.
As demissões foram recebidas como “retaliação” pelos parlamentares, como houvesse caso de governante que mantenha em cargos de confiança pessoas ligadas a seus opositores.
Os indicados dos deputados Roberto Cidade (PV), eleito presidente da Assembleia em articulação com o ex-presidente, deputado Josué Neto, estão entre os principais demitidos.
Também foram exonerados, em portarias assinadas pelo governador, os indicados dos deputados estaduais Carlinhos Bessa ( PV) e Terezinha Ruiz (PSDB). Entre os dispensados aparecem nomes com os sobrenomes Cidade, Bessa e Ruiz.
Michelle Macedo Bessa, por exemplo, foi demitida do cargo de secretária-executiva, enquanto Andrea da Cunha Cidade perdeu o cargo de secretária-executiva adjunta da mesma da Secretaria de Assistência Social.
Entre os demitidos estão também Karime de Alencar Pontes Bessa (assessora da Casa Civil), Roberval Teixeira Ruiz (Centro de Serviços Compartilhados) e vários outros que, se não têm os mesmos sobrenomes dos deputados, apresentam outros graus de parentesco.
