Operação Bastilha

Gestores do presídio da Papuda são afastados após regalias a Luiz Estevão

Polícia encontrou pendrives, chocolates e anotações nas celas de Estevão, José Dirceu e Geddel

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O Complexo Penitenciário da Papuda fica localizado a poucos quilômetros do do centro de Brasília - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após a Polícia Civil apreender objetos proibidos nas celas do senador cassado Luiz Estevão e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o governo do DF determinou o afastamento de dois gestores do Complexo Penitenciário da Papuda. O diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP), José Mundim Júnior, e o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, Osmar Mendonça de Souza, estão afastados por tempo indeterminado.

A Secretaria de Segurança Pública do DF já informou que abriu sindicância para apurar a “entrada de objetos não permitidos dentro do Centro de Detenção Provisória”. A investigação vai tentar identificar a participação de outros servidores, além de visitantes e advogados.

Neste domingo (17), na Operação Bastilha, policiais apreenderam pendrives, tesouras, chocolates e documentos da cela de Luiz Estevão e José Dirceu, e encontraram mais documentos, que ainda serão analisados, na cela de Geddel Vieira Lima. Foi encontrado ainda um caderno, atribuído a José Dirceu, com anotação para “pedir autorização” a Estevão para conseguir uma visita fora do horário permitido.

Na biblioteca da ala 5 — comum a todos os detentos — foram encontrados pastas de documentos ligados a Luiz Estevão. “Mais parecia um escritório particular dele”, disse o delegado da Divisão de Facções Criminosas (Difac), Thiago Boeing. O senador cassado foi caracterizado pelo delegado como “dono” do presídio.

As investigações começaram em janeiro para apurar denúncias de que presos estariam ameaçando delegados e juízes. Os policiais descartaram essas ameaças, mas encontraram os indícios de privilégios no bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Vara de São Sebastião em abril.

Outros casos

Em março de 2017, já haviam sido encontrados objetos proibidos na cela de Luiz Estevão. A lista incluía chocolate, cafeteira elétrica, cápsulas de café e macarrão importado. O senador cassado ainda é acusado pelo Ministério Público de financiar a reforma do bloco onde cumpre pena na Papuda.

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