CPI da Petrobras

Força-tarefa da Lava Jato apresenta outra denúncia contra Gim Argello

O ex-senador está preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba

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O ex-senador foi preso em abril de 2016, durante a 28ª fase da Operação Lava Jato, a Operação Vitória de Pirro Foto: Arquivo EBC

A força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) apresentou outra denúncia nesta quarta-feira (25) contra o ex-senador Gim Argello  pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Para o MPF, Gim tentou obstruir tanto os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal, como a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Senado e na Câmara dos Deputados.

As duas comissões ocorreram em 2014, sendo criadas com objetivo de apurar o esquema de corrupção que ocorria dentro da Petrobras. De acordo com a denúncia, houve acerto de pagamento de propina para que os executivos das empreiteiras não fossem convocados para prestar depoimento.

Na época, Gim era líder do Bloco Parlamentar União e Força, no Senado. E teria articulado, indicando e substituindo membros de seu bloco nos colegiados, para evitar as convocações, entre elas de Dario Galvão, que era o presidente da empreiteira Galvão Engenharia. Tanto na CPI quanto na CPIMI não foram apreciados os requerimentos para que os empresários envolvidos no escândalo da Operação Lava Jato prestassem depoimentos.

Os investigadores conseguiram comprovar que o ex-senador solicitou e aceitou propina no valor de R$ 5 milhões da empresa Galvão Engenharia, recebendo efetivamente parte deste montante, R$ 1,6 milhão, por intermédio do Partido Social Liberal (PSL), do Trabalhista do Brasil (PT do B) e Partido do Partido Ecológico Nacional (PEN). Este valor foi travestido de doação oficial com a posterior emissão de cinco recibos eleitorais e registros junto a Justiça Eleitoral, tudo para dar aparência lícita à propina e reinserir os valores na economia formal.

De acordo com a denúncia, o pagamento da propina ocorreu no mês de julho de 2014, sendo depositado o valor de R$ 150 mil para o PSL, R$ 150 mil para o PT do B e R$ 500 mil para o PEN. Em agosto foram pagos o montante de R$ 550 mil para o PEN e R$ 250 mil para o PT do B, completando o valor integral de vantagem indevida. Tais partidos registraram formalmente apoio a Gim na eleição para o Senado no mesmo ano.

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