Fiscalização da Lei Seca em SP bate recorde, mas autuações caem ao menor nível
Dados do Programa Direção Segura mostram que 90 mil veículos foram fiscalizados em 2018 no Estado, 605% a mais que em 2013, primeiro ano de operações
Segundo balanço do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), a fiscalização do Programa Direção Segura cresceu mais de 600% em 2018, em comparação com o primeiro ano de operações, em 2013. Por outro lado, as autuações de condutores embriagados caíram ao menor nível desde que as operações tiveram início.
Somente no feriado prolongado deste Carnaval, o programa autuou 68 pessoas em cinco cidades: Tatuí, Campinas, São Paulo, Osasco e Ribeirão Preto. Na capital paulista, em 2018, houve 1 autuação para cada 11,6 veículos fiscalizados, ante 9,7 em 2013 (+19%). As operações somaram 51 no ano.
Os agentes do programa registraram no Estado, no ano passado, 1 autuação a cada 19 veículos fiscalizados. O índice é 28% maior que o de 2017 (1 para 15 fiscalizações) e 84% maior que o de 2013 (1 para 10).
O número de veículos fiscalizados em 2018 também foi recorde (89.965), assim como o número de operações (304) em todo o Estado. Desde o início do programa, o total de veículos fiscalizados para punir quem mistura bebida e direção cresceu 605%. Ao todo, foram 4.684 autuações no ano passado, queda de 9% em relação ao ano anterior.
O Detran associa a redução de flagrantes de motoristas dirigindo alcoolizados à ampliação da fiscalização, assim como às campanhas de educação para o trânsito e à oferta de aplicativos de transporte particular, serviço que até pouco tempo não existia.
Essa diminuição nos números de condutores embriagados contribui também para a queda de mortes no trânsito paulista que, segundo dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, foi de 15,6% desde 2015, início do programa, o que representa mais de mil vidas poupadas.
Outras medidas ligadas à redução de mortes são a fiscalização constante, as campanhas e os investimentos em infraestrutura — por meio de convênios com prefeituras. Segundo a assessoria de imprensa do Dentran, o órgão autuador está, por exemplo, destinando R$ 180 milhões em recursos de multas para mais de 8,2 mil intervenções em municípios paulistas.