Ex-governadores Arruda e Agnelo estão na Lista de Fachin
Os inquéritos foram encaminhados para a Justiça Federal do DF
Os ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) estão na Lista de Fachin. A lista teve como base as delações de ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Os políticos do DF foram citados pelos delatores, Cláudio Melo Filho, João Antônio Pacífico Ferreira e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira.
Como nenhum possui foro privilegiado, o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou os inquéritos à Justiça Federal do DF.
Segundo os delatores, ambos receberam propinas do Setor de Operações da empreiteira. E as irregularidades ocorreram nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, do Centro Administrativo de Brasília (Centrad), do condomínio Jardins Mangueiral e do BRT.
Arruda é citado em duas petições, em uma os ex-executivos da Odebrecht afirmaram que Arruda recebeu R$ 996 mil para sua campanha eleitoral de 2014, como caixa 2. A transação teria sido intermediada pelo empresário Sérgio Andrade do Vale.
Na segunda, além do ex-governador, também é citado o ex-secretário de Obras Márcio Machado. Segundo os depoimentos houve cobertura na licitação da obra do BRT-Sul, expresso que liga Santa Maria e Gama ao Plano Piloto. Os delatores falam que tiveram encontros com Arruda e Machado.
Os delatores dizem que Agnelo recebeu R$ 1 milhão em repasses feitos pelo “departamento da propina” da empreiteira, em 2010.
Os dois ex-governadores são suspeitos de irregularidades no contrato do Centrad. Segundo os depoimentos houve um “ajuste de mercado” entre as empreiteiras Odebrecht, Manchester, Via Engenharia e a Delta. Desta forma, o contrato foi direcionado para o consórcio vencedor. Segundo o delator, o ex-vice-governador Tadeu Filippeli (PMDB) também foi beneficiado. As investigações apontam que o peemedebista recebeu R$ 2 milhões em propina.
As obras do Centro Administrativo começaram durante o governo de Agnelo, em 2012. O petista inaugurou o local em 2014, mas até hoje o local não virou sede do GDF.
Em relação às obras do Mané Garrincha, os delatores afirmaram que também houve um “acordo de marcado”. No ano passado o ex-presidente da Andrade Gutierrez afirmou que pagou propina e citou Agnelo.
Outros políticos do Distrito Federal também aparecem na Lista de Fachin.
Os delatores contam que o ex-senador Gim Argelo recebeu R$ 2,8 milhões para defender os interesses da Odebrecht, entre os anos de 2010 e 2014.
Gim está preso desde abril de 2016. E foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 19 anos de prisão.
O deputado distrital Robério Negreiros (PSDB) foi acusado pelo delator da Odebrecht de ter recebido para sua campanha de reeleição, em 2014, R$ 50 mil. A doação não foi contabilizada.