Terror em cassação

Ex-assessor é indiciado por ameaçar explodir rival de vereador do PSL cassado em BH

Ameaças em áudio tentavam evitar cassação de Cláudio Duarte preso em abril por 'rachadinha'

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A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta sexta-feira (4) o ex-assessor parlamentar da Câmara de Belo Horizonte, Roberto Carlos Silva de Freitas, por ameaçar explodir o vereador Jair di Gregório (PP), na véspera da cassação do vereador Cláudio Duarte (PSL), por quebra de decoro, em agosto. Roberto Carlos assessorava o vereador do PSL que ficou preso por dez dias, em abril, acusado de crime de “rachadinha”, pelo suposto desvio de dinheiro do salário de seus assessores.

Segundo o inquérito policial, o então assessor de Cláudio Duarte foi o responsável pelos áudios enviados ao vereador do PP. E teria confessado aos investigadores que pediu a um “desconhecido” para gravar os áudios em seu celular. “Aí, vereador Jair di Gregório… quero ver você votar contra o vereador Cláudio Duarte amanhã. Eu vou te explodir”, dizia uma das mensagens enviadas a Jair di Gregório.

“Os áudios foram emitidos por um desconhecido, o qual não soube informar o nome e endereço. Alegou que pediu a esse desconhecido para enviar os áudios, de forma a preservar sua voz e sua imagem”, mostra trecho do relatório da Polícia Civil.

O ex-assessor do vereador cassado alegou à PC que não teria a intenção  de ameaçar, mas de informar que “sabia dos autos salários pagos pelo mesmo [di Gregório] aos seus funcionários na Câmara Municipal de Belo Horizonte”.

A Câmara de BH viveu clima de tensão e teve segurança reforçada em 1º de agosto, quando foi aprovada a cassação do vereador Cláudio Duarte.

Vídeo sem ameaça

O mesmo inquérito considerou que não havia indícios de ameaças em vídeo gravado por outro ex-assessor de Cláudio Duarte, que exibia parentes da presidente da Câmara de BH, Nely Aquino (PRTB), entrando em um carro, enquanto o autor do vídeo narra que o veículo seria de propriedade do Legislativo.

A Polícia Civil concluiu que não viu tipificação criminosa no vídeo enviado à vereadora, mesmo que evidenciem uma atitude de intimidação.

“Neste sentido, as imagens gravadas, de fato, são intimidativas, mas, à priori, não sugerem ameaças. Os áudios enviados ao vereador Jair di Gregório, por outro lado, possuem cunho ameaçadores, principalmente nos dizeres ‘eu vou te explodir'”, indica o relatório do inquérito. (Com informações do G1)

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