Prévia da COP 25

Estados do Nordeste firmam compromissos sustentáveis em conferência no Recife

Pacto impõe metas para priorizar agenda para descarbonização até 2030 e zerar emissão em 2050

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Governadores e representantes de estados do Nordeste assinaram, nesta quarta-feira (6), a Declaração do Recife, firmando compromisso com diretrizes de desenvolvimento sustentável para o poder público, empresas e a sociedade civil. O documento foi assinado durante a Conferência Brasileira de Mudança do Clima, que acontece na capital pernambucana até sexta-feira (8). E o governo federal não enviou representante para o evento.

O pacto impõe metas para priorizar o cumprimento da agenda de descarbonização até 2030 e para zerar a emissão em 2050. E foi elaborado por entidades públicas e privadas, organizações não governamentais e acadêmicos, no evento que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-25), marcada para dezembro, na Espanha.

“A carta traz compromissos diferenciados para cada um dos atores. Para os empresários, um deles é o limite do aumento da temperatura a 1,5°C. Para os governos, a gente sugere planos de adaptação e mitigação dos gases do efeito estufa. A sociedade civil tem a missão de monitorar esses compromissos assumidos e a academia tem o papel de olhar para as carreiras do futuro e incorporar no ensino básico a educação climática”, afirmou a coordenadora de projetos ambientais no Instituto Ethos, Flávia Resende, para a reportagem do G1.

Associação Brasileira de Entidades Estaduais do Meio Ambiente (Abema) aproveitou o evento para apresentar a Carta dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente pelo Clima, que ratifica os impactos do clima nas escalas regional e local. O documento foi assinado por instituições dos 26 estados e do Distrito Federal.

Anfitrião do evento, o governador Paulo Câmara (PSB) reforçou o alerta de que o desenvolvimento sustentável precisa atrair os olhares de todos os povos e nações e exige uma resposta urgente de toda a sociedade.

“Precisamos buscar ações que garantam um desenvolvimento sustentável, e nessa conferência vamos discutir e analisar temas importantes para o futuro, não apenas de Pernambuco ou do Nordeste, mas de todo o Brasil e do mundo”, alertou Câmara.

Coincidência com óleo no NE

A Conferência Brasileira de Mudança do Clima foi criada porque, em 2018, a União retirou a candidatura para que o Brasil sediasse a COP25.

O presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, lamentou que a conferência seja contemporânea do derramamento de óleo nas praias, maior desastre ambiental do Nordeste.

“Realizar essa conferência é quase tão ousado e comprometido quanto a atitude de muitos que, em todo o litoral do Nordeste, limpam as praias com os meios que tem à disposição. Não sabemos ainda a consequência para a saúde dessas pessoas, mas de seus gestos surge um efeito misto de admiração e indignação, sobretudo a inspiração de uma atitude de podermos engajar a nossa liberdade, participação e comprometimento”, pontuou Magri.

A Declaração do Recife está disponível na internet e pode ser assinada por outros governos estaduais e entidades privadas. (Com informações do G1 e Governo de Pernambuco)

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