Piora na crise

Empresas perdem R$ 284 bilhões de valor de mercado com possível furo no teto de gastos

Ministério da Economia sofreu baixa de quatro secretários em meio à negociação de furo no teto de gastos para financiar o programa Auxílio Brasil

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O ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR

A polêmica proposta do Ministério da Economia para furar o teto de gastos para financiar o valor de R$ 400 para o programa Auxílio Brasil levou as empresas brasileiras a perderem R$ 284 bilhões em valor de mercado na bolsa de valores em apenas três dias, segundo um levantamento realizado pela provedora de informações financeiras Economatica.

Ao fim do pregão de segunda-feira (18), as ações das empresas listadas na B3 somavam R$ 4,984 trilhões. Nesta quinta-feira (21), passaram a valer R$ 4,7 trilhões.

Nesta semana, o mercado financeiro tem reagido muito mal aos movimento da equipe econômica do governo Bolsonaro.

Na quinta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão disse acreditar que possa haver “boas soluções” para evitar o furo. Para ele, uma alternativa seria discutir os valores de renúncia fiscal. Outra oportunidade, segundo Mourão, estaria na PEC dos Precatórios.

Já Henrique Meirelles, Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, disse que a mudança no teto leva a caminho ‘quase desastroso’ e descredibiliza o país. Vale lembrar que ele propôs o teto dos gastos quando ministro da Fazenda do governo de Michel Temer.

Nesta quinta, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, caiu 2,75%, a 107.735 pontos – é a pior pontuação do ano e a menor desde 23 de novembro (107.378 pontos). Na quarta, registrou leve alta de 0,10%. E na terça, recuou 3,28%.

Na semana, o tombo acumulado do Ibovespa é de 6,03%.

Desde terça-feira, as empresas que mais perderam valor de mercado foram Petrobras (queda de R$ 24,1 bilhões), Vale (R$ 23,9 bilhões) e Magazine Luiza (R$ 12,3 bilhões).

O mercado de câmbio também teve um dia de forte tensão. O dólar fechou em alta de 1,92%, cotado a R$ 5,6651, no maior patamar desde desde 14 de abril.

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