Empresas e arquitetos defendem projeto do 'Parque Salsa'
Eles garantem 'desprivatização' da praia, e que todos ganharão
Os responsáveis pelo projeto do parque municipal na praia de Guaxuma, concebido para valorizar empreendimentos imobiliários no local, sustentam que a intenção é “desprivatizar a praia”, diante da crítica de que o “Parque Salsa”, como foi batizado, cria uma de praia privativa para edifícios de 20 andares, e ainda provoca o desvio de estrada litorânea (ou costeira) programada para passar no local.
O projeto do parque foi encomendado à empresa Studi AT, dos arquitetos Adriana Cavalcanti e Tácio Rodrigues, que é diretor de Geoprocessamento da Secretaria de Planejamento da prefeitura de Maceió, um dos órgãos que influem na aprovação de projetos dessa natureza. As evidências de conflito de interesses até irritam Rodrigues:
– Trabalho na prefeitura até às 14h. Mas fora do meu horário de trabalho eu sou livre para trabalhar onde eu quiser. Então, tenho a minha empresa – afirmou.
O projeto foi financiado pela iniciativa privada, mas a aprovação depende do município. “Esse projeto foi uma iniciativa privada, financiada pelo setor privado e entregue à prefeitura, que agora vai aprovar ou não. Não existe garantia nenhuma que será aprovado, nós só nos adiantamos porque o município não tem recursos para isso”, defendeu Ronald Vasco, presidente da V2 Construções.
O parque é projetado para ter 1.660 metros de extensão, de Jacarecica ao Sesc, em Guaxuma. O tal Parque Salsa teria ciclovias, academias, pistas de corrida e bancos “para a população” e estacionamentos com capacidade para carros e ônibus. Para isso, segundo os defensores do projeto, os donos de terrenos particulares na orla de Guaxuma teriam de “doar” 33 metros para que a prefeitura realizasse o trabalho. Ronald Vasco já garantiu que parcela de sua área seja doada ao município.
Passagens garantidas
“A prefeitura já tinha determinado que a cada 500 metros houvesse uma passagem que fosse da pista até a areia da praia, mas hoje essas passagens também são de difícil acesso, o projeto prevê que elas sejam pavimentadas e tenham estacionamentos no local onde se encontram com o parque”, explica um dos autores do projeto, Tácio Rodrigues. As passagens, segundo ele, que garantem o acesso da população, estão previstas no decreto municipal nº 6863 de 11 de outubro de 2013.
Funcionário da prefeitura contratado para projetar o Parque Salsa, Tacio minimiza a via costeira, que se pretende desviar do local, e ainda afirma que a estrada projetada pode não ser uma propriamente estrada. “É apenas uma nomenclatura para denominar o espaço de 33 metros depois que acaba a vegetação nativa da praia” – diz – mas em lugar nenhum especifica o tipo de transporte que deve passar por lá. Teremos uma ciclovia”. E nega o desvio.
“Com a construção do parque todo mundo sai ganhando. É por isso que as pessoas não vêem problema em ceder uma parte de seus terrenos. Será um espaço comum para todos”, diz o arquiteto Mariano Teixeira, responsável pelo projeto do edifício Gran Marine.
Segundo ele, a duplicação da AL-101 Norte também Não será afetada pelo empreendimento. “A obra hoje só é aprovada no litoral norte se tiver 26 metros de recuo a partir do meio da pista atual. O único desvio que ouvi falar aconteceria em Riacho Doce, porque teria de ser feita a desapropriação de diversas casas e a prefeitura não teria dinheiro”.
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