Operação Tira-Teima

Empresários revelam caixa 2 em campanha de 2014 de Eunício Oliveira

Depoimentos fazem parte de investigação no STF sobre o presidente do Senado

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Em depoimento à PF, empresários afirmam ter firmado contratos fictícios para receber caixa 2 para a campanha de Eunício Oliveira (foto: ABr)

Em depoimento à Polícia Federal (PF), os empresários Paulo Roberto Alves dos Santos e Maurenízia Dias Andrade Alves afirmaram ter firmado contratos fictícios com a a Hypermarcas e a JBS para receber, por caixa 2, valores por serviços prestados à campanha de 2014 do presidente do Senado, o senador Eunício Oliveira (MDB-CE).

Os depoimentos fazem parte do inquérito que originou a Operação Tira-Teima, deflagrada pela PF nesta quarta (11), que cumpriu mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

As investigações são baseadas na delação do ex-diretor da Hypermarcas, Nelson Melo. À Justiça, Melo afirmou que repassou R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará em 2014.

No depoimento, Paulo Alves diz ter sido orientado por assessores a firmar contratos com a Hypermarcas. Ele relata que a “coordenação da campanha esclareceu que a única forma possível de resolver com brevidade o problema dos atrasos seria a contratação da Confirma – sua empresa – pela Hypermarcas”. Ao acertar os valores diretamente com o ex-diretor da Hypermarcas, Alves diz ter ouvido de Melo que a contratação era uma forma de contribuir com a campanha de Eunício Oliveira.

Outro contrato fictício, dessa vez de R$ 2 milhões, foi firmado com a JBS. O pagamento era para serviços à campanha do presidente do Senado que não estavam cobertas pelo contrato do núcleo básico. A nota, no entanto, teria que ser emitida por outra empresa que não a de Alves, ‘em razão da empresa já figurar como contratada pela campanha’.

Esposa de Alves, Maurenízia diz em depoimento que a empresa dela foi contratada pela Hypermarcas, pela M. Dias Branco, pela Corpus Segurança e pela JBS, sem que nenhum serviço fosse prestado por ela para essas empresas. Ela afirma ter havido recebimento de dinheiro e emissão de notas, mas que os contratos não foram formalizados.

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