Aval dos acionistas

Embraer pagará US$ 1,6 bilhão a acionistas após concluir transação com Boeing

Só com o aval dos acionistas é que os documentos finais da fusão poderão ser assinados pelas empresas

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A Embraer prevê pagar US$ 1,6 bilhão aos acionistas assim que for concluída a transação para criação da aliança com a norte-americana Boeing, informou nesta quarta (16) Nelson Salgado, vice-presidente financeiro da empresa brasileira.

O executivo participou do Embraer Day na Bolsa de Nova York para detalhar a formação das duas joint ventures firmadas com a fabricante de aviões americana. “Nossa ideia é distribuir US$ 1,6 bilhão em dividendos especiais aos acionistas assim que a transação for concluída”, afirmou. “É uma companhia que começa nova com US$ 1 bilhão de fluxo de caixa líquido e acionistas recebendo US$ 1,6 bilhão em dividendos.”

Mais cedo, em comunicado ao mercado, a empresa já havia anunciado a distribuição dos recursos, condicionada “à confirmação de determinados requisitos, inclusive o resultado do exercício social”.

Salgado afirmou que, com a parceria com a Boeing, as duas companhias serão mais fortes e capazes de crescer mais rápido no mercado.

Ele lembrou que a duas empresas, juntas, têm anos “de história e legado na indústria, o que é muito.” “Olhando para a aviação comercial, a parceria vai fortalecer muito as possibilidades de mercado e penetração dos jatos E2”, disse.

A Boeing deterá 80% desta empresa. No acordo firmado entre as duas companhias, a Embraer poderá vender os 20% que deterá na NewCo, a nova companhia que produzirá a atual linha de jatos regionais e desenvolverá novos modelos.

“Vamos nos beneficiar de potenciais reduções de custos nas linhas de jatos E-Jets. A Boeing tem uma influência muito maior na cadeia de fornecedores do que a Embraer, e assim que isso for aplicado à linha de produtos E2, vai aumentar a competitividade do produto e o lucro que conseguimos com ele”, disse Salgado.

Pelos termos do acordo, as áreas de aviação executiva, defesa e segurança continuam 100% sob controle da Embraer.

Também será formada uma joint venture específica para a comercialização de novos contratos do cargueiro militar KC-390, um dos produtos mais promissores da Embraer nesse setor. Nessa empresa, 51% pertencerão à Embraer, e os outros 49% serão da Boeing.

Para 2019, a Embraer prevê a entrega de entre 85 e 95 jatos comerciais, de 90 a 110 executivos, 10 aviões A-29 Super Tucano e duas aeronaves KC-390. As receitas previstas estão entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,7 bilhões.

O próximo passo agora é que a Embraer convoque uma assembleia de acionistas, que ocorrerá dentro de 30 dias a partir da convocação. Só com o aval dos acionistas é que os documentos finais da fusão poderão ser assinados pelas empresas.(FolhaPress)

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