Violência sexual

Em 2017, 64% dos casos de violência sexual foram contra menores

Ceilândia é a recordista com 510 casos de violência contra vulneravéis

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Somente em 2017, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu 1301 novos casos de estupro de vulneráveis. 

De acordo com o levantamento feito pela Corregedoria-Geral do MPDFT, nos dois últimos anos, o número de estupros de vulneráveis no DF, foi quase o dobro do praticado contra as outras faixas etárias.

A recordista em casos é Ceilândia, com 510, seguida de Samambaia, com 292, em terceiro lugar vem Sobradinho, com 237 casos.

Infelizmente os principais autores da violência sexual são familiares e pessoas íntimas que se aproveitam da proximidade para cometer os abusos. “Normalmente, o abuso envolve uma relação de confiança, um pacto de silêncio. Por isso, muitos casos só são revelados anos depois. Nesse contexto, nem sempre a família percebe os sinais. Mas alguns são típicos: dificuldade para dormir, sono perturbado, insônia, agressividade sem motivo aparente, avanço precoce do desenvolvimento sexual, baixo rendimento escolar, depressão, isolamento, falta de interação, rejeição de determinadas pessoas”, alerta a coordenadora dos Núcleos de Direitos Humanos do MPDFT, promotora de Justiça Liz-Elainne Mendes.

É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos à mudança de comportamento das crianças e adolescente, e aos seguintes sinais: Curiosidade sexual excessiva, exposição frequente dos genitais, brinquedos ou jogos sexualizados, agressividade sexual, masturbação excessiva, doenças sexualmente transmissíveis e conhecimento inapropriado para a idade.

A promotora alerta que, em caso de dúvidas, o melhor é buscar ajuda psicológica. “Quando há a confirmação, é importante buscar a rede de proteção. Primeiro, a rede de saúde e depois o acolhimento, seja pelo Conselho Tutelar, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e até mesmo o Ministério Público, que vai atuar de maneira repressiva para interromper a situação de abuso, mas também inserir essa criança e essa família no mecanismo de proteção”.

Liz ressalta a importância do diálogo como arma. “É difícil trabalhar em prevenção quando o assunto é um tabu. A sexualidade deve ser tema de diálogo em casa e na escola. Com a metodologia adequada, a criança deve aprender o que é abuso sexual para que possa reagir e ser a primeira a se proteger”.

Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no estado do Espirito Santo. O corpo da menina apareceu seis dias depois, carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos.

Aprovação da Lei Federal 9.970/ 2000 intitulou o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

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